A construção de sentidos por Indicadores Não Manuais em Língua Brasileira de Sinais (Libras): um estudo baseado em frames
Indicadores não manuais, Jogos de Linguagem e Frames
A expressividade das pessoas que se comunicam por meio das línguas de sinais geralmente é algo que chama bastante atenção. Nesse sentido, foi o interesse em investigar qual a influência dos movimentos feitos pelo corpo (expressão do rosto, direcionamento do olhar, movimento dos ombros, cabeça, tronco e similares) e que não estão relacionados às mãos, que conduziu este estudo, que tem como objetivo verificar como e em que medida esses indicadores não manuais contribuem na construção de sentido do discurso em Libras. Portanto, ancorados na teoria de frames (FILLMORE, 1982; Duque 2015) escolhemos um sinal da Libras (como não possui uma equivalência exata no português, foi demonstrado por imagens na introdução) e examinamos o seu uso em três vídeos, disponíveis no Youtube, com diálogos de pessoas sinalizantes, surdas e ouvintes, envolvendo diferentes jogos de linguagem (WITTGENSTEIN, 1932; DUQUE, 2016). Respaldados na abordagem ecológico-cognitiva da linguagem (DUQUE, 2017), verificamos que são os indicadores não manuais que vão conduzir interlocução fazendo com que os envolvidos partilhem dos mesmos jogos de linguagem, servindo como gatilho para o acionamento dos frames. A principal evidência é o fato de que são esses indicadores que trarão as informações indispensáveis para a compreensão do enunciado, mas que não foram explícitas por meio dos componentes manuais.