Seria a identidade uma constante lógica? Entre Lógica e Metafísica
Constantes lógicas; identidade; regras de inferência.
O que chamamos de problema das constantes lógicas é uma tentativa de oferecer um critério não-arbitrário para distinguir o reino das expressões lógicas das não lógicas. Tradicional- mente, as expressões que constituem o vocabulário lógico foram vistas como responsáveis pela validade dos argumentos. Nessa tradição negação (~), conjunção (∧), disjunção (∨), implicação (→), os quantificadores universal (∀) e existencial (∃) foram considerados membros do conjunto privilegiado das constantes lógicas. Mas há ampla disputa sobre quais outras expressões deveriam ser inclusas nessa lista. Nosso objetivo é investigar um desses casos, a saber, as disputas sobre a logicidade da identidade. Observamos que nessa disputa os argumentos são essencialmente construídos numa interpretação representacionalista da identidade. Sendo assim, argumentamos que se abandonarmos esse pressuposto é possível vislumbrar uma linha de argumentação em defesa da identidade. Para fazer isso, abordamos o problema a partir das assim chamadas ‘caracterizações inferênciais’. Nessa abordagem as regras de inferência são usadas para expor o comportamento lógico das constantes lógicas. Assim, usaremos algumas das exigências dos representantes dessa abordagem para alcançar nosso objetivo. Em particular, seguiremos Popper (1946), e Dosen (1989). Usamos algumas de suas ideias, juntamente com algumas de Humberstone e Townsend (1994), para mostrar em quais condições forneceríamos uma resposta adequada ao problema da identidade enquanto constante lógica.