PERFIL DE UTILIZAÇÃO ANTIMICROBIANOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Anti-Infecciosos. Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Uso de Medicamentos.
Os recém-nascidos são especialmente suscetíveis a infecções devido à imaturidade do sistema imunológico, agravada por fatores como procedimentos invasivos, tempo de internação e baixo peso ao nascer. Em virtude disso, estudos que investigam o padrão de uso de medicamentos em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal indicam que os agentes anti-infecciosos sistêmicos são a classe de medicamentos mais utilizada. A suscetibilidade da população, a falta de consenso nas definições e a variabilidade quanto aos agentes etiológicos entre as regiões dificultam que sejam feitas recomendações globais, resultando em manejo heterogêneo das infecções neonatais. Diante disso, o objetivo deste estudo é descrever o perfil de uso de antimicrobianos em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Trata-se de uma revisão de escopo conduzida de acordo com a metodologia proposta pelo Instituto Joana Briggs (JBI). Foram incluídas as seguintes bases de dados: LILACS via Biblioteca Virtual de Saúde; EMBASE; MEDLINE/PubMed via National Library of Medicine; Scientific Electronic Library Online (SciELO) via Web of Science; Web of Science e Scopus. Para identificar a literatura cinzenta, os seguintes repositórios digitais foram consultados: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), Portal Theses Canada, Biblioteca digital de Tese e dissertação (BDTD - Ibict), Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, Red latinoamericana de repositorios de acceso abierto (La Referencia), Academic Archive Online (DIVA). A busca foi realizada a partir de descritores, combinados com os operadores booleanos “OR” e “AND”, relacionados ao acrônimo PCC: população, conceito e contexto. Os estudos identificados foram carregados no aplicativo Rayyan e as duplicatas removidas. A seleção dos estudos e extração dos dados foi conduzida por dois revisores independentes. Um total de 4.029 artigos foram identificados, dos quais 39 foram incluídos na revisão final. A maioria dos estudos eram de corte ou transversais. Não foi observada grande variação nas idades gestacionais. Em relação ao peso ao nascer, valores superiores a 2.000 gramas foram mais comuns em países de alta renda. A sepse neonatal foi a principal razão para a prescrição de antimicrobianos, embora muitos casos não tivessem confirmação microbiológica. O método mais comum para medir o consumo de antimicrobianos foi Dias de Terapia (DOT). Dentre os antimicrobianos, os antibacterianos foram os mais estudados. As classes das penicilinas, cefalosporinas e glicopeptídeos foram mencionadas em todos os estudos. Os antimicrobianos foram usados de modo off-label de em relação à dose, intervalo de administração, indicação e idade.