O suicídio nos cenários da Atenção Básica à Saúde do Seridó do RN
Suicídio. Atenção Primaria a Saúde. Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde.
Introdução: O suicídio é um problema de saúde pública no mundo inteiro sendo uma das quatro principais causas de morte entre as pessoas com idade entre 15 e 44 anos. Devido ao crescimento das taxas de suicídio no Brasil e no mundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda como prevenção do fenômeno o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao tema. Objetivo: Mensurar atitudes e conhecimentos dos profissionais de saúde da Atenção Básica(AB) frente o suicídio, como também analisar a percepção desses profissionais sobre o fenômeno e suas implicações. Metodologia: Trata-se de um estudo quanti-quali realizado nos municípios de Caicó e Currais Novos, pertencentes a região do Seridó do Rio Grande do Norte, com profissionais da Estratégia de Saúde da Família e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica. Condições sociais, hábitos e estilo de vida, aspectos clínicos e história obstétrica foram investigados. No primeiro momento participaram 140 profissionais da Estratégia de Saúde da Família, onde 107 eram ACS, 19 enfermeiros, 2 médicos, 2 técnicos de enfermagem, 3 educadores físicos, 4 Assistentes Sociais e 3 psicólogos que responderam os seguintes instrumentos: Questionário de Conhecimento e Habilidades Clinicas em Prevenção do Suicídio; Questionário de Atitudes em Frente ao Comportamento Suicida. No segundo momento foram entrevistados 10 profissionais da ESF. A pesquisa foi aprovada sob o número CAAE:00467618.5.0000.5568. Resultados: A média da idade dos participantes foi de 38,27 (DP=8,5) anos e da renda mensal de R$ 1905,81 (DP=1737,07). Os profissionais de nível superior apresentaram atitudes mais positivas no fator direito (p=0,007) e sentimentos (p=0,005) quando comparados aos profissionais de nível médio. A média da taxa de acertos nos itens do questionário de conhecimento/habilidades clínicas em prevenção do suicídio foi 40%. Na análise de conteúdo temática emergiram cinco categorias: Capacitação como fator de instrumentalização dos profissionais de saúde: “o olhar muda”; A compreensão da multideterminação do suicídio: “É um conjunto de fatores”; A sensação de impotência frente ao paciente suicida: “eu me senti um pouco inútil”; Acolhimento e continência do suicídio na Atenção Básica: “tentar conforta-lo com palavras”; Gargalos relacionados a gestão dos serviços: “os serviços poderiam ser melhor geridos”. Conclusão: O presente estudo verificou que o nível de formação dos profissionais influência nas atitudes frente ao suicídio assim como o sentimento em relação ao paciente. Dito isso, há necessidade de construção de estratégias interventivas direcionadas aos profissionais da AB, especificamente para a educação permanente em saúde sobre o suicídio.