PROCESSO DE TRABALHO DE ENFERMEIROS(AS) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL
Sistema Único de Saúde. Atenção Primária à Saúde. Enfermeiras e Enfermeiros. Prática Profissional.
Introdução: A consolidação da APS determina o compromisso do SUS como política pública de saúde universal. Dentre os profissionais que a compõem têm-se os(as) enfermeiros(as), como maior força de trabalho em termos quantitativos e qualitativos da assistência à saúde. A atuação dos(as) enfermeiros(as) na APS vem se constituindo como um instrumento de mudanças nas práticas de atenção à saúde no SUS, pois responde a proposta do novo modelo assistencial que está centrado na integralidade do cuidado contribuindo com o fortalecimento da APS. Objetivos: Compreender as práticas profissionais dos(as) enfermeiros(as) que atuam na APS do Rio Grande do Norte, Brasil. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, caracteriza-se como um extrato da pesquisa multicêntrica de abrangência nacional intitulada “Práticas de Enfermagem no Contexto da Atenção Primária à Saúde (APS): Estudo Nacional de Métodos Mistos”, foi realizado Análise de Conteúdo de Bardin, com o apoio do software IRaMuTeQ, dos resultados qualitativos obtidos em cinco municípios no Rio Grande do Norte, nos quais foram entrevistados 45 profissionais enfermeiros. Este projeto foi aprovado em sua totalidade pelo Comitê de Ética sob parecer nº 3.619.308 e CAAE: 20814619.2.0000.0030 (CEP/FS/UnB). Resultados preliminares: O processo de trabalho do(a) enfermeiro(a) na APS concentra-se em grupos programáticos, atendimento coletivo e a demanda espontânea. Nesse cenário, debate-se ainda a percepção do impacto da pandemia da COVID-19 na rotina da UBS, revelando empecilhos como falta de infraestrutura, insumos e a sobrecarga. O levantamento de aspectos sobre autonomia e reconhecimento profissional destacam o pré-natal e os atendimentos coletivos como áreas de maior autonomia, além da falta de respaldo legal que possibilite uma atuação mais independente, ao relacionar essas duas variáveis segue-se que a medida que a autonomia é baixa existe a baixa resolutividade na desenvolvimento das ações, culminando no entendimento da população dos enfermeiros como “auxiliares” médicos. Considerações finais do trabalho: Nota-se a pouca utilização do potencial de trabalho dos enfermeiros na APS, que muitas vezes necessitam interromper seu trabalho para que o profissional médico dê resolutividade através da solicitação, prescrição ou encaminhamento do usuário do serviço de saúde, mesmo havendo protocolos de atendimentos, muitos profissionais sentem a necessidade de um maior respaldo legal para atuar de forma abrangente no cuidado às pessoas, sem fragmentações.