O Mercado de Trabalho para travestis e transexuais: uma revisão de escopo
Gênero e Sexualidade. Emprego. Mercado de Trabalho. Pessoas Transgênero. Travestis. Mulher Transexual. Pessoas Trans.
Introdução: A saúde atualmente compreende mais do que a ausência de doenças, nesse sentido, é necessário levar em consideração uma série de outros fatores, como: fatores culturais, genéticos, ambientais, individuais, e dentre outros, os sociais. Sendo assim, os Determinantes Sociais em Saúde (DSS) são, entre vários, alguns desses aspectos essenciais para se considerar no processo de saúde/doença. O trabalho, considerado um DSS, deve ser garantido a todo e qualquer cidadão independente de raça, etnia, cor, orientação sexual e gênero. Entretanto, tratando-se de pessoas travetis e transexuais, é observado uma ausência dessas pessoas nos ambientes de trabalho, bem como a exclusão, o preconceito, a transforbia, àquelas que conseguem um emprego formais e informais. Sendo assim, é necessário compreender como essa população específica encontra-se inserida no mercado de trabalho, pois esse, bem como outros DSS impactam diretamente a vida dessa população, ainda muito vulnerabilizada. Objetivo: Compreender e localizar como estão inseridas as pessoas travestis e transexuais no mercado de trabalho. Metodologia: Trata-se de uma revisão de escopo, realizada nas bases de dados Scielo, Scopus, Web of Science, Pubmed e GreyLit. Na busca foram utilizados os descritores relacionados às duas áreas temáticas envolvidas na revisão, são eles: Gênero e Saúde do Trabalhador. Os descritores foram inseridos na chave de busca da pesquisa utilizando os operadores booleanos “OR” entre descritores do mesmo tema, e o operador booleano “AND”, como operador responsável por unir os descritores das diferentes áreas temáticas. Resultados: Foram encontrados a partir da estratégia de busca utilizada: 2.488 artigos na Scopus; 302 artigos na Scielo; 2.322 artigos na Web of Science; 991 artigos na Pubmed e 12 artigos na base de dados Greylit. Após a exclusão dos artigos duplicados, restaram 3.507 artigos para leitura de títulos, resumos e palavras chave. Após seleção desses artigos restaram um total de 336 artigos para leitura na íntegra. Por fim, o relatório final dessa revisão é composto por um total de 142 artigos. Conclusões: A literatura evidencia que as pessoas transexuais e travestis estão majoritariamente inseridas no trabalho sexual, em situação de subemprego ou desemprego. Além disso, outras estão inseridas em guetos ocupacionais, no qual prevalecem profissões relacionadas a beleza, estética, artistas em casa de show; profissões geralmente associadas ao “feminino”. Aquelas que estão inseridas no mercado de trabalho formal e/ou informal encontram-se submetidas a situações de transfobia e preconceito, geralmente sendo mantidas nas mesmas posições, ainda que sejam qualificadas para cargos e promoções de maior nível hierárquico. Aquelas pessoas transexuais e travestis que passam pelo processo de transição/hormonoterapia dentro do local de trabalho tendem a sofrer mais discriminação.