EFEITO DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA DE CORRENTE
CONTÍNUA (ETCC) NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
obesidade, excesso de peso, comportamento alimentar, estimulação
transcraniana por corrente contínua.
Introdução: No Brasil, é crescente a proporção da população com o excesso de peso e a
obesidade. A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial. Dentre os fatores
associados à obesidade, destaque tem sido dado aos aspectos comportamentais relativos
a alimentação, particularmente aqueles ligados a desejos intensos em consumir grandes
quantidades de um alimento específico, alimentação em resposta a estados emocionais
disfóricos, perda de controle e desequilíbrios nas áreas cognitivas de recompensa e
controle. Estudos recentes vêm utilizando a estimulação transcraniana de corrente
contínua transcraniana (ETCC) como uma possibilidade terapêutica de modificação do
comportamento alimentar. Justificativa: Embora ofereça resultados iniciais promissores,
o número de estudos sobre o tema ainda é limitado, bem como o número de participantes
dos mesmos, majoritariamente indivíduos do sexo feminino e adultos jovens. Além disso,
faltam trabalhos que utilizem protocolos com maior número de sessões de ETCC, com
indivíduos em excesso de peso. Objetivo: Avaliar o efeito terapêutico da ETCC, sobre o
comportamento alimentar de participantes em excesso de peso, durante, e após 8 semanas,
a partir da última intervenção. Metodologia: Estudo experimental randomizado duplocego
com controle. Participantes, de ambos os sexos, com 19 a 50 anos de idade, em
sobrepeso e obesidade. Os avaliados serão randomizados em quatro grupos com 44
participantes, submetidos a 10 sessões de intervenção com a ETCC anódica no córtex
pré-frontal dorsolateral esquerdo (CPFDL). Para avaliar a resposta do tratamento, será
realizada a avaliação nutricional (IMC, RCest, IC, percentual de gordura corporal e dieta)
e de medidas comportamentais, por meio de questionários (TFEQ-R21, FQC-T-br, FCIBr,
DASS-21). Resultado: Comparando os seguimentos da pesquisa com o baseline, no
grupo Ativo, houve diferença significativa na subescala gordura nos follow-up D10, D55
e D70, F=4,58 p=0,02; F=4,58 p=0,003 e F=4,58 p=0,002, respectivamente. Na subescala
doces, nos follow-up D55 e D70, F=5,63 p=0,005 e F=5,63 p=0,002. Na subescala
refeição, nos follow-up D55 e D70, F=5,24 p=0,04 e F=5,24 p=0,000. Na subescala
descontrole alimentar, nos follow-up D10 e D70, ambos com F=2,85 e p=0,04. Na
subescala alimentação emocional, entre o seguimento D25 com baseline, F=3,18 p=0,03.
No escore total do questionários FCQ-T, no follow-up D70 com baseline, F=7,11
p=0,002. Para o grupo Sham, houve diferença significativa na subescala descontrole
alimentar, no seguimento D70 com o baseline F=4,34 p=0,02.