AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA E NUTRIENTES DE IDOSAS COM E SEM DOR NOS JOELHOS RESIDENTES NA COMUNIDADE
Consumo alimentar; Inquéritos Nutricionais; Recomendações Nutricionais; Idosos.
Introdução: O aumento da expectativa de vida suscitou os novos desafios de saúde pública na população, como as doenças crônicas. Dentre as principais doenças crônicas osteoarticulares, podemos citar a osteoartrite (OA) de joelhos, caracterizada principalmente pela dor nos joelhos, o que limita a realização das atividades diárias. Neste contexto, a literatura sugere existir correlação positiva entre o desenvolvimento da OA de joelhos e a obesidade, ademais, o excesso de peso é um dos fatores modificáveis mais significativos no agravamento dos sintomas. Desta forma, torna-se relevante averiguar se idosas com dor nos joelhos comparadas às idosas assintomáticas, apresentam diferenças no consumo alimentar. Objetivo: Avaliar a ingestão habitual de energia e nutrientes de idosas com e sem dor nos joelhos, residentes em Santa Cruz/RN. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com idosas (n=100) sintomáticas e assintomáticas quanto à dor nos joelhos. A ingestão alimentar foi determinada pela média de 2 dias do Recordatório de 24 horas. As dietas foram analisadas no Dietbox®. A necessidade energética individual foi estimada através de fórmulas e o consumo de calorias totais foi analisado considerando o intervalo de 97 a 103% do gasto energético. A adequação dos macronutrientes foi verificada de acordo com os Acceptable Macronutrient Distribution Ranges. A ingestão média de ácidos graxos, colesterol e fibra, foi analisada de acordo com os valores propostos pela IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias. A inadequação dos micronutrientes foi estimada pelo método da Estimated Average Requirement como ponto de corte e o consumo hídrico foi avaliado a partir da recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Para análise dos dados, foi utilizado o Statistical Package for the Social Sciences versão 20.0. Para a comparação das distribuições dos dados entre os grupos foi utilizados os testes t-Student ou o de Mann-Whitney de acordo com a normalidade, avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Resultados: A média de idade foi de 67(±8,0) anos para o grupo assintomático e 67(±9,0) anos para o sintomático. Quanto ao consumo de energia, macronutrientes, ácidos graxos, colesterol, fibra e água, observam-se diferenças entre os grupos, que não se mostraram estatisticamente significativas. A ingestão de energia foi inadequada em 96,1% das assintomáticas e em 93,9% das sintomáticas. Também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre as idosas quanto ao consumo alimentar dos micronutrientes, exceto para o consumo habitual do mineral zinco (p valor = 0,033), o grupo sintomático teve um consumo médio de zinco inferior ao grupo assintomático. Nos grupos, as maiores inadequações (> 50%) foram para vitaminas A, D, E e ácido fólico e magnésio e cálcio. As menores inadequações foram para vitamina C e piridoxina (valores entre 21,6% e 22,4%). Destaca-se a ingestão inadequada da vitamina D (100% das avaliadas). Conclusão: Entre os grupos, foram observadas elevadas prevalências de inadequação para ingestão calórica, consumo dos ácidos graxos saturados, colesterol, fibra, ingestão hídrica, macros e micronutrientes. Contudo, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no consumo alimentar dos nutrientes, com exceção do mineral zinco, pois as idosas sintomáticas tiveram um consumo médio de zinco inferior ao grupo assintomático.