Associação entre Consumo Alimentar, Qualidade de Vida e Qualidade do Sono em idosas com e sem dor nos Joelhos do município de Santa Cruz/RN
Palavras-chave: Consumo alimentar; Qualidade de vida; Idosos.
Introdução: Nos últimos anos, a proporção de indivíduos brasileiros acima de 60 anos está crescendo aceleradamente. Em Santa Cruz/RN, aproximadamente 11,7% da população encontram-se na faixa etária acima dos 60 anos. Contudo, apesar do idoso exibir maior expectativa de vida, apresenta maior probabilidade de expor as doenças crônicas e, consequentemente, pior qualidade de vida. Neste cenário, vale ressaltar a importância do padrão alimentar, desde a prevenção até no tratamento dessas doenças. Objetivo: Correlacionar o consumo alimentar com o nível de qualidade de vida e a qualidade do sono em idosas com e sem dor nos joelhos de Santa Cruz/RN. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com idosas sintomáticas (n= 49) e assintomáticas (n=51) quanto à dor nos joelhos. A ingestão alimentar foi determinada pela média aritmética de dois dias do R24h. As dietas foram analisadas no software Dietbox®. A necessidade energética foi calculada pela fórmula deHarris & Benedict (1919) e o consumo de calorias totais foi analisado considerando o intervalo de 97% a 103% em relação ao GET. A adequação dos macronutrientes foi verificada de acordo com os AMDR. A prevalência de inadequação dos micronutrientes foi estimada pelo método da EAR como ponto de corte e a inadequação do consumo hídrico foi avaliada a partir da recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Para obter os dados de QV foi empregado o SF-36 e para determinar os dados de QS foram utilizados dois instrumentos (o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh e a Escala de Sonolência de Epworth). Para análise dos dados, foi utilizado SPSS versão 20.0. Resultados: A média de idade foi de 67(±8,0) anos para o grupo assintomático e 67(±9,0) anos para o grupo sintomático. Observou-se um consumo médio de energia igual a 1.723,75Kcal, 19,96% de proteína, 23,64% de gordura total, 56,40% de carboidratos e 1.480,50mL de água. A ingestão de energia foi inadequada em 96,1% das assintomáticas e em 93,9% das sintomáticas. Nos grupos, as maiores prevalências de inadequação (> 50%) foram para vitaminas A, D, E, ácido fólico, sódio, potássio, magnésio e cálcio. As menores prevalências de inadequação foram identificadas para ferro e fósforo (valores entre 2,0% e 10,2%). Destaca-se a ingestão inadequada da vitamina D (100% dos avaliados). No grupo ≤ 69 anos, foram observadas diferenças estatisticamente significativas para capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor e vitalidade, com p = 0,000, 0,032, 0,001 e 0,045, respectivamente. Já no grupo ≥ 70 anos, foram observadas diferenças significativas para capacidade funcional, dor e estado geral de saúde, com p = 0,001, 0,032 e 0,044, nesta ordem. Em relação aos valores obtidos no IQSP, 5,9% e 8,2% das assintomáticas e sintomáticas, exibiram distúrbios do sono, respectivamente. No que se refere à Escala de sonolência de Epworth, 35,3% das assintomáticas e 49,0% das sintomáticas apresentaram sonolência excessiva diurna. Não houve associação entre as variáveis estudadas (valores de rhopróximos a 0). Conclusão: Quanto ao consumo alimentar, entre os grupos não foram observadas diferenças estatisticamente significativas. Contudo, foram registradas inadequações alimentares importantes. Portanto, é relevante à realização de ações políticas e educativas que favoreçam o consumo alimentar adequado. Além disso, o estudo demonstrou que as idosas sintomáticas exibiram pior qualidade de vida e sono de má qualidade, comparadas as idosas assintomáticas.