RELAÇÃO DOS MECANISMOS DE GOVERNANÇA COM O DESEMPENHO DAS COMPANHIAS BRASILEIRAS: EVIDÊNCIAS À LUZ DAS TEORIAS DA AGÊNCIA E SINALIZAÇÃO
Governança Corporativa. Performance. Teoria da Sinalização.
À luz da teoria da agência e da teoria da sinalização, este estudo tem por objetivo investigar se há relação entre a adoção de mecanismos de governança corporativa e a performance das companhias listadas na B3. Para isso, foram coletadas informações dos formulários de referência, estatutos sociais e apresentação de resultados acerca da estrutura de governança corporativa de 227 companhias não-financeiras. As informações necessárias para a estimação da performance, que no caso do presente estudo, foi mensurada pelo Tobin’s Q e pelo ROA e, alternativamente, pelo market value e pelo ROE, assim como das variáveis de controle inseridas no modelo econométrico, foram obtidas por meio da base de dados Thomson Reuters Refinitiv Eikon®, abrangendo o período de 2010 a 2019. Com base nos resultados, verificou-se que a presença de mulheres nos conselhos, disclosure voluntário e listagem nos níveis Nível 2 e no Novo mercado de governança corporativa relacionam-se positivamente à performance operacional, e o tamanho dos conselhos apresenta uma relação negativa. No caso da performance de mercado, além dos mecanismos relacionados à performance operacional, adicionam-se a presença de membros independentes no conselho e adoção de dispositivos antitakeover em uma relação positiva, e concentração acionária e dualidade do CEO relacionando-se negativamente. Os resultados apontaram que, para um ambiente de assimetrias informacionais, os mecanismos de governança corporativa funcionam como sinais para o mercado. O incremento de informação proporcionado por esses mecanismos pode impactar diretamente na redução dos custos de agência e, por conseguinte, aumentar sua performance.