A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM E SEM EPILEPSIA
epilepsia, atividade física, brincadeiras infantis, crises epilépticas, crianças, adolescentes.
A epilepsia é uma das desordens neurológicas mais comuns na faixa pediátrica e que interfere significativamente na vida psico-social de crianças e adolescentes. O objetivo deste estudo foi analisar a prática de atividades sedentárias, físicas, brincadeiras e jogos infantis de crianças e adolescentes com e sem epilepsia. O estudo foi prospectivo, transversal descritivo, realizado com 60 crianças e adolescentes com epilepsia (Grupo Epilepsia - GE) pacientes do Ambulatório de Neuropediatria do Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo e 60 crianças e adolescentes sem epilepsia (Grupo Controle - GC), escolares de uma escola pública municipal, sendo os dois grupos pareados com a mesma idade (faixa etária 7 a 14 anos) de ambos os gêneros (feminino = 25/41,6% e masculino = 35/58,3%) da cidade de Teresina – Piauí. Utilizou-se dois questionários padrão, um aplicado as crianças e adolescentes dos GE e GC para identificar as atividades sedentárias, físicas e jogos tradicionais infantis, e outro aos pais/responsáveis do GE sobre as informações clínicas e demográficas. Os resultados permitiram a elaboração de dois manuscritos: a) o primeiro intitulado - A Prática de Atividades Sedentárias e Físicas de Crianças e Adolescentes com Epilepsia - que mostrou diferença significante nas atividades sedentárias de brincar de carrinho (p=0,021) para o GE e leitura para o GC (p=0,001); nas atividades físicas a educação física escolar (p=0,001) e andar de bicicleta (p=0,014) para o GC; b) o segundo – A Prática de Jogos e Brincadeiras Infantis de crianças e adolescentes com e sem Epilepsia – neste, o brincar com bola de gude apresentou diferença significante (p=0,016) para o GC, apesar das meninas dos dois grupos não brincarem dessa atividade. Observando as distribuições de freqüências, verificou-se que nas brincadeiras de pega-pega, esconde-esconde e queimada o GE brinca mais que o GC tanto no gênero feminino como no masculino. Pular corda, as meninas do GE brincam menos, enquanto os meninos dos dois grupos não brincam. Pular elástico, as meninas dos dois grupos brincam numa mesma freqüência e os meninos não participam desta brincadeira. Quanto às crises epilépticas, elas aconteceram durante as brincadeiras livres como: jogando bola (23,3%); esconde-esconde (6,6%); correndo (3,3%). Nas atividades sedentárias: assistindo TV (18,3%); dormindo (36,0%); sentado (13,3%); deitado (11,7%) e em mais de uma atividade: jogando bola/assistindo TV (6,6%); dormindo/assistindo TV (3,3%) e correndo/dormindo (2/3,3%). De um modo geral, conclui-se que as crianças e adolescentes dos dois grupos praticam os mesmos tipos de atividades, sendo que o GE pratica numa freqüência menor. Embora o GE tenha apresentado um maior percentual de crises generalizadas, elas não ocorreram durante a prática de atividades físicas formais. Esta pesquisa foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, o que muito contribuiu para a realização deste estudo.