EFEITOS DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE E DESTREINAMENTO NA SAÚDE MENTAL DE MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO
Exercícios aeróbicos; estilo de vida; treinamento intervalado; destreino; depressão; ansiedade; psicofisiológicas; mulheres; SOP
Introdução: Diferentes protocolos de treinamento com exercícios físicos têm sido realizados com mulheres com Síndrome dos ovários policísticos (SOP), em diversos contextos e aplicabilidade, demostrando resultados positivos sobre as alterações clínicas e metabólicas relacionadas a SOP. No entanto, existem algumas lacunas sobre as respostas psicológicas e clínicas derivadas do treinamento intervalado de alta intensidade (TIAI). Objetivo: Investigar os efeitos do Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (TIAI) e do destreinamento na qualidade de vida e saúde mental de mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), e descrever as respostas psicofisiológicas (ou seja, percepção subjetiva de esforço e resposta afetiva) dessa população ao longo das sessões de TIAI. Métodos: Esse estudo foi conduzido em duas etapas: na primeira caracterizou-se como um estudo transversal e descritivo, na qual participaram 12 mulheres com SOP ( média de idade 26.2 ± 4.1); e a segunda, contemplou um ensaio clinico randomizado piloto, com 23 mulheres com SOP (média de idade 26.0 ± 3.92) que foram alocadas em um grupo controle (n = 11) e um grupo TIAI supervisionado (n = 12). Foram incluídas mulheres com SOP; sem uso de medicações há pelo menos 3 meses; sem praticar exercícios físicos nos últimos seis meses ou sedentárias. Os critérios de exclusão foram: gestantes; doenças cardiovasculares; resposta positiva no PAR-Q; e alguma outra contraindicação para prática de atividade física. Foram aplicados anamnese, questionários de nível de atividade física (IPAQ), qualidade de vida relacionado à saúde (SF-36), escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21), avaliação do esforço percebido (PSE, escala de Borg CR-10) e as respostas afetivas (FS, escala de sentimento), composição corporal (DXA), antropometria e análise do perfil metabólico. As intervenções consistiram em 10 sessões de corrida TIAI de 50 min [intervalos de 10 x 1 min a 90% da frequência cardíaca máxima (FCmáx) intercalados com 3 min de períodos de recuperação ativa a 70% da FCmáx], incluindo 5 minutos de aquecimento e desaquecimento com intervalos de 48 horas (primeira etapa). Na segunda etapa a intervenção TIAI teve duração de 12 semanas e 4 semanas de destreinamento (30 dias). Resultados: As participantes foram classificadas com sobrepeso, apresentavam alto percentual de gordura corporal e ciclos menstruais irregulares (amenorreia). O grupo TIAI apresentou melhorias nos domínios da capacidade funcional (P = 0,022; ES = 1,7), aspectos físicos (P = 0,027; ES = 1,7), estado geral (P = 0,021; ES = 3,1), ansiedade (P = 0,025; ES = 1,0,) e depressão (P = 0,031; ES = 1,7) (pré-pós). Observamos que as melhorias não se mantiveram após o período de destreinamento de 30 dias nos domínios da qualidade de vida. Conclusão: O programa TIAI promoveu uma melhoria na qualidade de vida e saúde mental em mulheres com SOP; adicionalmente, observou-se que após 4 semanas de destreinamento houve redução da qualidade de vida, porém, os domínios da saúde mental (ansiedade e depressão) apresentaram estabilidade no grupo TIAI diferente do grupo controle.