A força da Atenção Primária à Saúde na garantia da equidade para população vulnerável em sofrimento psíquico no Brasil
Saúde Mental. Atenção Primária à Saúde. Avaliação em Saúde. Determinantes Sociais da Saúde. Equidade em Saúde
Analisou-se impacto da Atenção Primária à Saúde para a equidade das populações vulneráveis em sofrimento mental nas capitais brasileiras. Por meio de estudo transversal, utilizou-se como desfecho a oferta de atenção ao sofrimento psíquico obtido junto a 4957 equipes de Atenção Básica, que aderiram ao 3º ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) entre 2015 e 2019, com população de 4199 (84,7%) enfermeiros, 726 (1,6%) médicos e 32 (0,1%) outros profissionais de nível superior. As variáveis dependentes foram obtidas no banco de dados do PMAQ-AB e variáveis independentes foram obtidas do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Aplicou-se teste Qui-quadrado de Pearson, regressão múltipla de Poisson e Razão de Prevalência (RP) com intervalo de confiança (IC) de 95%. Observaram-se associações principais entre: renda per capita < 1 salário mínimo (RP: 7,96 [IC95%:5,65; 11,04]) e consultas para usuários de crack, álcool e outras drogas; taxa de desocupação (pop. 18 anos ou mais) >11% (RP: 2,26 [IC95%:1,56; 3,27]) e registros de usuário crônico de psicofármacos; proporção de pobres ≥10% (RP:2,54[IC95%:1,60;4,05]) e encaminhamento de maior risco e gravidade de usuários em sofrimento psíquico; alta desigualdade de renda (RP: 8,64 [IC95%:5,59; 12,68]) e registro de história de vida; e IDHM alto (RP: 2,52 [IC95%:1,87; 3,41]) e atendimento com profissionais de apoio matricial. Associações com taxa de analfabetismo (pop. 15 ou mais) < 6,5% foram negativas. Evidenciou-se integração da saúde mental para equidade no ponto de atenção primária da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde.