RELAÇÕES ENTRE OBESIDADE, ADIPOSIDADE CENTRAL E MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA EM MULHERES
Obesidade; medidas antropométricas; função autonômica cardíaca; desordens cardiometabólicas.
Investigamos o quanto que medidas antropométricas podem prever a modulação autonômica cardíaca. Estudo transversal com 65 mulheres sedentárias aparentemente saudáveis (18 a 45 anos) divididas em três grupos (eutróficas, sobrepeso e obesas). Coletamos medidas antropométricas incluindo peso, estatura e circunferências abdominal, cintura e quadril. Obesidade e adiposidade central foi expressa pelo índice de massa corporal, pela relação cintura-quadril e pela relação cintura-estatura. Percentual de gordura total e do tronco foi examinada pela absorptometria de duas energias de raios-X e os resultados foram usados como critério diagnóstico de obesidade. A modulação autonômica cardíaca foi expressa por medidas lineares e não-lineares da variabilidade da frequência cardíaca. Todas as medidas antropométricas apresentaram forte correlação com os resultados critério de composição corporal (acima de r=0.581, p<0.001). A circunferência da cintura apresentou a mais alta acurácia diagnóstica para obesidade (AUC 0.994 [95% CI 0.981, 1.000]) seguida pela relação cintura-estatura (AUC 0.993 [95% CI 0.977, 1.000]). O grupo com sobrepeso teve menos atividade parassimpática do que o eutrófico (HFn.u MΔ = -13.11 [95% CI, -25.88, -0.34], g = 0.65, CL = 68.1%). Obesas apresentaram valores ainda menores (HFn.u MΔ = -21.22 [95% CI, -31.89, -10.55], g = 1.17, CL = 79.2%). A atividade simpática se comportou na direção oposta (LFn.u MΔ = 13.06 [95% CI, 1.65, 24.47], g = 0.65, CL 67.9%, e LFn.u MΔ = 21.07 [95% CI, 10.32, 31.82], g = 1.15, CL 78.9%, respectivamente). As equações de estimativa apresentaram R2 ajustado entre 5% e 15,8%. Aqui demonstramos que medidas antropométricas tradicionais podem prever a modulação autonômica cardíaca e simplificam a estratificação clínica de risco na população de mulheres assintomáticas e aparentemente saudáveis.