NANOPARTÍCULAS SINTETIZADAS POR MÉTODO VERDE, CONTENDO PRATA E FUCANA, INDUZEM MORTE DE CÉLULAS DE ADENOCARCINOMA RENAL HUMANO (786-0)
Fucanas, nanopartículas; adenocarcinoma renal; Spatoglossum schröederi
O estado do Rio Grande do Norte possui uma grande diversidade de espécies de macroalgas marinhas fornecedores de compostos com grande potencial farmacológico e biotecnológico. Dentre eles destacam-se os polissacarídeos sulfatados. Polissacarídeos que contém L-fucose sulfatada são muitas vezes denominados de fucanas. A alga marrom Spatoglossum schröederi sintetiza três fucanas e aquela que é obtida em maior quantidade foi denominada de fucana A. A produção de nanopartículas de prata contendo biopolímeros naturais tem sido apontada como uma excelente alternativa para potencializar ou fornecer novas aplicabilidades aos mesmos, pois estes apresentam propriedades farmacológicas que podem ser potencializadas se aliadas à nanotecnologia. A fucana A não se mostrou citotóxica para diferentes linhagens de células normais, nem tampouco é tóxico para ratos quando administrado em altas doses. Ademais, apresentou baixa toxicidade para células tumorais. Com intuito de potencializar a toxicidade da fucana A frente às linhagens tumorais, nanopartículas de prata contendo este polissacarídeo foram sintetizadas por um método verde (pouco agressivo ao meio ambiente). Estas nanopartículas apresentaram um tamanho médio de 210 nm e formato arredondado, bem como, uma carga superficial negativa e foram estáveis por quatorze meses. Quando incubadas com células, estas nanopartículas não apresentaram citotoxicidade para diferentes linhagens de células normais, mas diminuíram a viabilidade de várias linhagens de células tumorais (786-0, HepG2, Siha), principalmente células de adenocarcinoma de renal 786-0. Análises por fluorescência e de citometria de fluxo sugerem que as nanopartículas induzem necrose nas células 786-0. Por outro lado, as nanoparticulas não foram toxicas para células renais normais (HEK, VERO, MDCK). Os dados aqui mostrados levam a conclusão de que as nanopartículas com fucana A são promissores agentes para combate de adenocarcinoma renal.