Prevalência de lesões orais potencialmente malignas e associação com fatores sócio-demográficos e fatores de risco em uma população de trabalhadores rurais.
Prevalência; Lesões orais potencialmente malignas; Fatores de risco
Este estudo objetivou estimar a prevalência de lesões orais potencialmente malignas (LOPM) e verificar as associações destas com fatores de risco e sócio-demográficos em trabalhadores rurais sindicalizados na região Nordeste do Brasil. Os trabalhadores responderam a um questionário previamente validado e posteriormente foram examinados por dentistas treinados e calibrados. De 1385 trabalhadores rurais, 53.2% eram do sexo feminino e 46.8% do sexo masculino, com média de idade igual a 53 anos; 57% destes não estudaram, ou cursaram até o primário; 73.2% tinha renda familiar de aproximadamente 300 dólares. A maioria exibiu pele clara (49.2%). A prevalência das LOPMs foi igual a 29.6 (27.2; 32.0), da queilite actínica foi 28,4 (26.02; 30.77), da leucoplasia foi 2.3 (1.51; 3.10) e da eritroplasia foi igual a 0.3 (0.01; 0.59). Foi constatada associação estatisticamente significativa entre a presença de LOPM e as variáveis sexo, idade, cor da pele, tempo de exposição prolongada aos raios solares, uso de algum tipo de proteção (p < 0,001) e consumo de bebidas alcoólicas (p = 0,016). A informação dos trabalhadores sobre o autoexame bucal, eliminação do fumo e álcool e a importância de utilização de proteção adequada, podem contribuir para a redução da prevalência das LOPM em indivíduos desta população. A elevada prevalência de QA na amostra foi associada diretamente à ocupação e cor da pele.