Construções metafóricas de vida e morte: cognição, cultura e linguagem.
Metáfora, Cognição, Cultura.
Nesta pesquisa, buscamos evidenciar os aspectos cognitivos e culturais subjacentes às metáforas presentes em um corpus literário. Partimos da premissa de que nosso entendimento acerca do mundo é construído sociocognitivamente, sendo a metáfora um elemento-chave dessa construção. Desse modo, pretendemos, sob o olhar teórico da Teoria Cognitiva da Metáfora, constatar, a partir da análise do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, que as metáforas de VIDA e MORTE, inferíveis no corpus em questão, formam Padrões Discursivos, denominados por nós como Blocos Construcionais. Tais metáforas estão no nível conceptual de nossa linguagem, formuladas através de Modelos Cognitivos Idealizados, e evidenciam as inter-relações entre linguagem, cultura e cognição. Percebemos uma rede de integração que envolve as chamadas metáforas primárias, formuladas a partir de esquemas e domínios conceptuais, e as metáforas congruentes, que envolvem a noção de frame.