Argumentação em assembleia de classe
Assembleia de classe. Rede de atividades e de gêneros discursivos. Letramento de vertente sociocultural. Argumentação como prática social emancipadora.
A compreensão da assembleia de classe como evento de letramento implica entender como agentes sociais se unem em prol da resolução de um problema situado da comunidade escolar. Isso ocorre porque, vista como evento de letramento, a assembleia de classe se configura como um espaço profícuo para ações de leitura, escrita, escuta e oralidade desenvolvidas como ações sociais que podem viabilizar a construção da argumentação como prática social emancipadora. Assim, esta tese tem o objetivo geral de investigar como a assembleia de classe favorece o desenvolvimento da argumentação como prática social emancipadora. Para tanto, postulam-se os seguintes objetivos específicos: (i) analisar se, em assembleias de classe, a rede de atividades e de gêneros discursivos instaurados viabiliza a argumentação como prática social emancipadora; (ii) identificar habilidades relacionadas à competência da argumentação desenvolvidas em assembleias de classe; (iii) compreender de que forma a aprendizagem de estratégias argumentativas, em assembleias de classe, viabiliza a produção de textos orais, escritos e multissemióticos convincentes. Do ponto de vista teórico-metodológico, trata-se de uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, interpretativista, de vertente etnográfica e inserida na Linguística Aplicada. Fundamenta-se na perspectiva dialógica de língua(gem); na concepção de gêneros da nova retórica; nos estudos de letramento de vertente sociocultural e nas pesquisas de argumentação de base interacional. Os participantes desta investigação são alunos da 3ª série do Ensino Médio de uma escola pública norte-rio-grandense e, no processo, pode-se contar com a colaboração da equipe gestora, de professores e de um agente externo à instituição de ensino. Os instrumentos utilizados para a geração de dados foram: observação participante e notas de campo; fotografias; textos escritos e reescritos de diferentes gêneros discursivos; vídeos produzidos com as ferramentas Animaker e Canva e questionários por meio da ferramenta Google Forms, para subsidiar a construção da caracterização dos discentes e docentes da escola. A partir da análise dos dados, destaca-se que práticas de leitura, escrita, escuta e oralidade, desenvolvidas em assembleias de classe, por meio de uma rede de atividades e de gêneros discursivos, viabilizam a argumentação como prática social com vistas a mudanças sociais.