ARGUMENTAÇÃO EM UM PROCESSO TRABALHISTA DE DANO MORAL
Argumentação; análise textual do discurso; sentença judicial; conectores argumentativos; dano moral; pressuposições.
Estudamos nesta dissertação a argumentação em um processo trabalhista de dano moral, cujo objetivo foi identificar e descrever os procedimentos da Língua e, mais especificamente, do discurso utilizado no pedido de dano moral numa sentença judicial. Apoiamos nossa pesquisa nos constructos na ATD – Análise Textual dos Discursos – Adam (2011), nos estudos sobre a retórica de Aristóteles (1969) e Perelman (1996), Rodrigues, Silva Neto e Passeggi (2010); de modo metodológico, fizemos uso do método dedutivo-indutivo, pois analisamos a argumentação em um texto “desconhecido” – caso particular – com base em uma teoria já conhecida (sobre língua, texto e argumentação). Quanto à natureza e os objetivos, nossa pesquisa caracterizou-se como qualitativa e como investigação explicativa e descritiva, como procedimentos técnicos de coleta documental e pesquisa bibliográfica. Como corpus, usamos uma sentença judicial de natureza trabalhista, extraída do sítio do TRT – Tribunal Regional do Trabalho, 21ª Região. Os resultados revelaram, por meio de posicionamentos dos enunciadores nos discursos analisados, que os conectores argumentativos exerceram papéis decisivos na organização das estratégias argumentativas do texto e do discurso, orientando os coenunciadores para a conclusão desejada por seu enunciador. Foi possível também concluir que o uso dos conectores argumentativos permitiu construções com pressuposições na forma de apresentação dos argumentos e na construção da argumentação, bem como os operadores “portanto”, “porquanto”, “com a finalidade de”, mas também”, “não apenas” entre outros. Por fim, o enunciador introduziu argumentos fundamentados na utilização de marcas linguísticas capazes de demonstrar – justificar uma tese e refutar uma tese adversa rumo a uma conclusão basilar aceitável dentro de um plano de texto.