O MITO DE SI MESMO NA TETRALOGIA LUSITANA DE ALMEIDA FARIA
Tetralogia lusitana; Sebastianismo; Identidade; Mito de si mesmo.
Esta pesquisa analisa a tetralogia lusitana de Almeida Faria, composta pelos romances: A
paixão (2014), Cortes (1991), Lusitânia (1986) e Cavaleiro andante (1987); investigando e
identificando, no contexto ditatorial da Portugal salazarista, como o resgate da figura
mitológica do Rei D. Sebastião, o Sebastianismo, contribuiu na reconstrução da identidade
das personagens dos quatro romances em análise. Estas personagens transitam pelas mais
variadas sensações, colecionando experimentalizações, e, ao superarem essa imagem
mitológica, reafirmam-se mito de si mesmas. Para tal proposta, utilizamos os princípios
teóricos sobre o mito de Rocha (1996), de Campbell (1991; 2013) e de Eliade (1992; 2019);
sobre a questão da identidade, as concepções de Hall (1998; 2003); e de Simões (1975; 1997).
Os resultados da pesquisa serão apresentados ao fim de seu desenvolvimento, quando
procuraremos responder aos questionamentos de nossa investigação. Inicialmente, em A
paixão (2014), analisamos como o cenário despótico ditatorial contribuiu para a fragmentação
da identidade das personagens do romance e como esse fator contribuiu para o início da
reconstrução, ou, melhor dizendo, para a ressurreição dessa identidade “mitológica” de si
mesmo.