AS BOAS MULHERES DA CHINA: AUTOBIOGRAFIA, MEMÓRIA E TESTEMUNHO
Autobiografia. Gênero Híbrido. Xinran. Literatura Chinesa. Memória.
Ao se debruçar nos livros clássicos de Teoria da Literatura percebe-se que o Oriente é praticamente excluído desses estudos e, mesmo em uma época marcada pela velocidade e pela grande capacidade de transmissão de informação, ainda é difícil encontrar informações sólidas sobre obras asiáticas, ficando estas marcadas como uma literatura marginalizada. As Boas Mulheres da China: Vozes Ocultas (2003) consiste em uma obra de literatura de não-ficção composta por testemunhos de chinesas transcritos sob uma estética literária pela escritora e jornalista Xinran Xue. Esta dissertação tem como objetivo analisar a representação das mulheres descritas por meio da memória e do testemunho de chinesas entrelaçadas à vida da autora em uma autobiografia, o que faz dessa obra um gênero híbrido. Estudo de caráter bibliográfico e qualitativo tem como referencial teórico Halbwachs (1990), Ricœur (2020) sobre o estudo da memória; Lejeune (2008), Delory-Momberger (2012), Beverley & Achúgar (2002) sobre autobiografia e testemunho; e Perrot (2005, 2017), Lerner (2017) e Woolf (1928) sobre a mulher e feminismos. Espera-se com este estudo demonstrar que a história e vivência das mulheres perpassam por uma tradição de domínio sobre as mulheres determinado pelo patriarcado, de maneira similar, em diferentes culturas.