Banca de DEFESA: GABRIELA FERNANDES ALBANO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELA FERNANDES ALBANO
DATA : 26/07/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

Variação e especialização de uso no domínio funcional da concessividade na fala de Natal (RN) – uma abordagem sociofuncionalista


PALAVRAS-CHAVES:

conjunções concessivas; sociolinguística variacionista; funcionalismo; sociofuncionalismo. 


PÁGINAS: 211
RESUMO:

A concessividade é postulada como um movimento argumentativo e retórico (NEVES, 1999, 2000; NEVES; BRAGA, 2016) pelo qual a voz do interlocutor emerge no discurso, e descrita, por gramáticos (CUNHA; CINTRA, 2013; BECHARA, 1954, 2009; NEVES, 1999, 2000; CASTILHO, 2014) e pesquisadores (SALGADO, 2007; GARCIA, 2010; ZAMPRONEO, 2014), como uma indicação de que um obstáculo real ou imaginário, apresentado na oração concessiva, não foi forte o suficiente para impedir que o evento apresentado na oração principal não ocorresse. Nesta tese, temos como objeto de estudo a variação de uso entre as conjunções concessivas com apesar (apesar (de) que) e as conjunções com mesmo (mesmo assim/que/quando), extraídas de entrevistas sociolinguísticas do Banco de Dados FALA-Natal e encontradas em maior número dentre as concessivas presentes nas entrevistas. O FALA-Natal foi constituído com membros da comunidade de fala de Natal, estratificados em sexo, idade e nível de escolaridade. O objetivo principal é descrever e analisar o contexto de ocorrência das conjunções concessivas com base na atuação de fatores sintáticos, semântico-pragmáticos, estilísticos, discursivos e sociais, buscando também traçar generalizações acerca de possíveis especializações de uso dessas formas. Na base teórica, encontra-se a articulação de pressupostos teórico-metodológicos da sociolinguística variacionista, guiando o olhar para o fenômeno da variação e da mudança linguística no uso das conjunções concessivas, e a visão do funcionalismo norte-americano de gramática como uma entidade emergente, fluida e moldada pelo uso que é dado no dia-a-dia pelos falantes aos itens linguísticos. Adotando essa perspectiva, desenvolvemos uma pesquisa com abordagem quali-quantitativa. A quantificação dos dados é feita não apenas para a testagem das hipóteses, mas também para permitir tanto generalizações acerca do fenômeno estudado e a comparação dos resultados desta pesquisa com outras pesquisas versando o mesmo tema, quanto na busca por indícios de especialização de uso das conjunções concessivas. Nossa pesquisa envolve a investigação de fatores sintáticos (correlação modo-temporal, ordenação das orações, tipo de construção ao qual se liga a conjunção), semântico-pragmáticos (relações semânticas, domínios de leitura, identidade entre os participantes da oração nuclear e oração concessiva), discursivos (gênero e assunto) e sociais (sexo, idade e nível de escolaridade). Utilizamos o pacote estatístico Goldvarb X, que mostrou uma influência mais determinante dos fatores de sexo, escolaridade, correlação modal e gênero discursivo. Esse resultado evidencia que a expressão da concessividade realizada por mesmo e apesar possui viés não apenas linguístico, como pragmático-discursivo e social, além de apresentar indícios de mudança em progresso. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1451510 - MARIA ALICE TAVARES
Interna - 1801855 - ALESSANDRA CASTILHO FERREIRA DA COSTA
Interno - 1551756 - EDVALDO BALDUINO BISPO
Externa à Instituição - CARLA REGINA MARTINS VALLE - UFSC
Externa à Instituição - NARA JAQUELINE AVELAR BRITO - UFC
Notícia cadastrada em: 07/07/2021 19:12
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