O USO DE PARADIDÁTICOS EM AULAS DE LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA PÚBLICA
Texto; Cultura; Ensino de línguas; Readers
As crescentes mudanças tecnológicas, econômicas e sociais no mundo contemporâneo e globalizado (GRADDOL, 2006), bem como o enfrentamento de problemas sociais têm apresentado desafios sem precedentes para a humanidade. Mais do que nunca a educação tem sido vista como instrumento necessário para preparar pessoas para enfrentar situações como a sobrevivência social e a estabilidade econômica. A disciplina de Língua Inglesa, integrada à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, assume a condição de ser parte importante do conjunto de conhecimentos essenciais que permitem ao estudante aproximar-se de várias culturas e tecnologias, proporcionando a sua maior integração com o mundo globalizado (BRASIL, 1998). O ensino de Língua Inglesa na escola pública brasileira, entretanto, tem sido marcado por um histórico de falhas e de fracassos, segundo Moreira (2002), Bohn (2003), Borges (2004), Almeida Filho (2005), Rajagopalan (2006), Oliveira (2007), Candido de Lima (2009), Lima (2014), entre outros. As pesquisas apontam para fatores que vão desde a equivocada quantidade de alunos por turma até a oferta de uma carga horária limitada, passando pela falta de motivação e pela dificuldade em vencer hábitos de audição e de fonação. Apesar de compartilhar com os dados apresentados pelos autores acima, encontramos em Miccolli (1978) um contraponto que tem nos colocado um desafio: problemas que se originam dentro da sala de aula são gerenciáveis. Foi a partir de nossa experiência, como professor, que temos experimentado uma solução possível para este cenário: a utilização de paradidáticos – conhecidos como readers – em sala de aula. A força de sua transversalidade, associada a aspectos da estrutura da língua e do vocabulário, enredados em suas narrativas, têm nos oferecido caminhos positivamente surpreendentes, os quais apresentaremos neste trabalho. Para embasarmos nossa proposta encontramos respaldo nos estudos do texto, na teoria da recepção e na estética, como Iser (1996), Eco (1971), Barthes (2001) e Cosson (2007); no ensino-aprendizagem de línguas em Larsen-Freeman (2000), Rajagopalan (2008), Norton (2000) e Almeida Filho (2005); nas concepções de gênero textual e letramento a partir de Moita Lopes (1996), Kleiman (2001), Machado (2005), Marcuschi (2007), Oliveira (2008), Koch (2009), além de Kramsch (2001), Byram (1993), Brown (2007) e Brooks (1973), que nos ofereceram dados da indissociabilidade entre língua e cultura, essencial para o aprendizado mais integral de uma língua. A lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1996), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s, 1998) e as Orientações Curriculares Nacionais (OCEM, 2006), assim como o Quadro Comum Europeu – Common European Framework – (2001), foram os documentos oficiais a partir dos quais também balisamos este estudo.