ESPELHO MÁGICO: humor, imagens desconstruídas e espaços indefinidos na poética de Mario Quintana.
Mario Quintana; Espelho Mágico; humor, imagens; espaços.
Esta dissertação denominada Espelho Mágico: humor, imagens desconstruídas e espaços indefinidos na poética de Mario Quintana, tem como objetivo geral empreender uma investigação e problematização acerca do humor, das imagens e espaços refletidos na obra Espelho Mágico (1951), do poeta alegretense Mario de Miranda Quintana. Para realizarmos tal propósito, desenvolvemos nossa análise, sobretudo, por meio de investimentos de configurações filosóficas e literárias que contribuíram para a elucidação e fundamentação deste trabalho. À luz de Deleuze (1974), abordamos a questão da satírica, irônica e humorística. Para complementarmos nosso estudo sobre a ironia, trouxemos ainda Facioli (2010). Alberti (1999) foi-nos relevante para o posicionamento da modernidade em face às posições filosóficas sobre o riso. Realizamos a problematização da imagem analisando-a sob o prisma da rasgadura, com Didi-Huberman (2013), e da noção semiótica de anamorfose (imagem deformante), com Baltrusaïtis (1984), - a partir de Quinet (2009) -, bem como de textos complementares que contribuíram para uma melhor abordagem destas questões. Buscamos ainda correlacionar nosso estudo das imagens com as questões da semelhança e do mesmo, empreendidas por Foucault (2007), apontando para a ideia da desconstrução de imagens miméticas e sedimentadas. Finalizamos nosso percurso com a problemática do espaço, à luz de Blanchot (2003), abordando questões ligadas ao espaço literário. Por último, em um empreendimento foucaultiano (2015), trouxemos o conceito de heterotopia (outros espaços) no qual o espelho é considerado como o espaço da utopia e da heterotopia. Concluímos que o humor sutil e desconcertante é a principal arma utilizada por Mario Quintana para desconstruir imagens cristalizadas e espaços fixos e definidos. Com seu espelho de imagens informes e surpreendentes, ele atinge sentidos imprevistos, no processo de significância a que a sua obra dá lugar, desarmando, assim, verdades estabelecidas.