Práticas de letramento informacional de bibliotecários em formação
Palavras – chave: Estudos de letramento. Letramento informacional. Formação de bibliotecários. Biblioteconomia – Estudo e ensino.
Nas últimas décadas, o acesso à informação está cada vez mais sendo ampliado, sobretudo com o advento das tecnologias digitais e sociais. Porém, o grande desafio está em reconhecer e saber utilizar a informação adequada, de maneira que venha a atender as necessidades informacionais dos sujeitos. Nesse cenário, vislumbrando o bibliotecário como profissional da informação responsável pela mediação do conhecimento dos sujeitos, procuramos conhecer como os estudantes de Biblioteconomia têm usado a informação em seu cotidiano e elegemos como objeto de pesquisa o letramento informacional do bibliotecário em formação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com vistas a atender nosso propósito, buscamos: (i) identificar as atividades práticas de letramento informacional utilizadas pelos discentes na busca de novos conhecimentos; (ii) narrar os processos reflexivos dos discentes ao fazerem uso de novas informações; (iii) conhecer como os estudantes em formação têm aplicado o conhecimento técnico adquirido em sala nas práticas sociais relacionadas ao fazer profissional. Para embasarmos nossa pesquisa, fundamentamo-nos nos Estudos de Letramento (BARTON; HAMILTON, 1993, 1998, 2000; KLEIMAN, 1995; STREET, 1984; OLIVEIRA, 2008, 2010), discutidos no presente trabalho enquanto práticas sociais que se inserem nos diversos domínios sociais (OLIVEIRA, 2010; KLEIMAN, 2008; ROJO, 2009). A análise do letramento informacional terá como suporte teórico os trabalhos de Belluzzo (2002), Hatschbach (2002), Campello (2003), Dudziak (2003) e Gasque (2010, 2011). Com a análise dos dados, consideramos que: (i) as atividades utilizadas para buscar e usar a informação são múltiplas, realizadas em contextos sociais, acadêmicos e tecnológicos, porém, percebe-se uma superficialidade em relação ao uso de fontes técnicas e científicas inerentes ao exercício acadêmico e profissional dos futuros bibliotecários; (ii) eles têm consciência crítica e reflexiva quanto ao uso das informações; e (iii) relataram ter tido raras oportunidades de praticar as técnicas biblioteconômicas, gerando, assim, insegurança no agir profissional.