Conto ou crônica?
Análise do livro melhores contos - Rubem Braga
Rubem Braga, crônica e conto, crítica genética.
Rubem Braga se destacou na literatura brasileira apenas escrevendo crônicas, com textos carregados de lirismo. Antonio Candido definiu o cronista como “o mais poeta dos prosadores do modernismo”. Estudando o cronista observou-se que a sua crônica se destaca pelo trato especial que dá as palavras e, por isso, foi o único escritor que foi reconhecido escrevendo apenas para jornais e revistas. No referido trabalho, pretende-se mostrar um estudo sobre o livro Melhores contos – Rubem Braga, seleção de Davi Arrigucci Jr. O livro apresenta uma seleção de crônicas de Rubem Braga, mas apesar de serem publicados inicialmente em jornais, o título do livro já indica que os textos selecionados foram denominados de contos. Assim, mostraremos as principais características distintivas entre os gêneros conto e crônica, fazendo um estudo comparativo e compreensivo sobre as particularidades de cada um, utilizando como amparo teórico os críticos: Alfredo Bosi, Julio Cortázar, Antonio Candido, entre outros.
Faremos também uma análise dos textos do livro observando as características do gênero conto, e observaremos as transformações ocorridas neles, do jornal ao livro. Davi Arrigucci Jr. comenta que Rubem Braga viveu por vezes modificando os seus textos, motivo pelo qual poderemos observar e analisar a evolução dessas crônicas até chegar ao livro de contos. Os autores Arlette Farge, Cecília Almeida Salles e Philippe Willemart serão utilizados nesta pesquisa sobre o percurso dos textos presentes no livro estudado.