OS ROSTOS DA POBREZA BRASILEIRA:
Análise crítica dos discursos do governo federal, da Veja e da CUFA
Análise Crítica do Discurso, Identidade, Pobreza.
A nossa constituição prega que todo brasileiro tem direitos básicos à sua sobrevivência, como educação, saneamento básico e comida, no entanto, este direito é um luxo para alguns. Pensando nisso, este trabalho se propõe a desenvolver uma análise crítica a respeito da (re)produção do discurso sobre a pobreza, e, consequentemente, sobre o pobre, proferido pelo governo federal, através do site oficial do plano Brasil Sem Miséria; pela mídia, representada pela revista Veja; e pelos que se afirmam os representantes do pobres; como a Central Única das Favelas – CUFA. Nosso objetivo é apresentar uma reflexão crítica acerca dos discursos sobre a pobreza na voz do governo, da Veja (representante da mídia) e do CUFA (representante do pobre) e suas contribuições para a construção das significações do tema na sociedade brasileira, para tanto, identificamos categorias, baseados em Bajoit (2006a), para classificar o que o autor chama de “rostos da pobreza”. Utilizamos, desta maneira, a Abordagem Sociológica e Comunicacional do Discurso, ASCD, de acordo com Pedrosa (2012a, 2012b, 2012c, 2013), dentro do quadro da Análise Crítica do Discurso como aparato teórico, além dos estudos que fundamentam a ASCD como corrente da ACD, tal qual a Sociologia para a Mudança Social (BAJOIT, 2006b), os estudos culturais (HALL, 2005), e a Linguística Sistêmico-Funcional, sobretudo o Sistema de Avaliatividade (MARTIN & WHITE, 2005; VIAN JR et al, 2011). Deste modo, o discurso sobre a pobreza e combate à miséria, extraído de notícias, crônicas e demais gêneros dos referidos veículos, serve de objeto para a compreensão das identidades que se criaram e se renovam sobre a pobreza e sobre os pobres brasileiros, como a sua dependência do governo e da sociedade civil, da sua exploração pela economia, e, inclusive, pela mídia que o caracteriza, algumas vezes, como delinquente.