A transitividade nas representações de professores de inglês para fins específicos sobre seu conhecimento pessoal e profissional
Gramática Sistêmico-Funcional; Sistema de Transitividade; Inglês para Fins Específicos; Panorama Profissional. Formação de Professores.
A presente pesquisa qualiquantitativa, com um viés de pesquisa narrativa (Clandinin e Connely, 2000, 2007 e Clandinin, 2011), tem como objetivo geral fazer um levantamento das representações dos professores de Inglês para Fins Específicos (IFE, ou Inglês Instrumental ou English for Specific Purposes - ESP) (HUTCHINSON e WATERS, 1987, JORDAN, 1997;DUDLEY-EVANS e ST JOHN, 1998) sobre essa abordagem, sobre a formação específica que receberam para ministrá-la e sobre sua experiência em ensiná-la no nível superior. Objetiva-se, também, identificar nos textos dos professores, o tipo de conhecimento que estes relatam usar para ensinar essa abordagem. Os dados foram gerados por meio de um questionário aplicado a nove professores de uma instituição pública de nível superior no Rio Grande do Norte, contendo perguntas abertas e fechadas a respeito de sua formação e experiência em ministrar a disciplina de Inglês Instrumental no nível superior, em que os docentes narraram suas experiências, impressões e definições a respeito de IFE, sua formação e sua experiência de ensino nessa abordagem. A análise de dados foi realizada utilizando-se as categorias da Gramática Sistêmico-Funcional, mais especificamente a Metafunção Ideacional, no nível léxico-gramatical da sentença a partir do Sistema de Transitividade (HALLIDAY, 1994; THOMPSON, 2002; HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004; EGGINS, 2003). A quantificação foi feita pela ferramenta WordSmith Tools 5.0 (SCOTT, 2010) para selecionar, organizar e quantificar os dados a serem analisados por meio da identificação dos processos que representam as experiências dos professores no que concerne o ensino de IFE no nível superior e sua formação específica para ministrar essa abordagem. Pela análise qualitativa dos dados quantificados, buscamos identificar o tipo de histórias que estes contam em seu Panorama Profissional e o tipo de conhecimento (CLANDININ, 1985, 1995; ELBAZ, 1983) que referem usar para ministrar IFE, bem como os tipos de processos, seus participantes e circunstâncias usados, de acordo com o Sistema de Transitividade. Os resultados evidenciam que nenhum dos professores desta pesquisa recebeu formação específica para ensinar IFE na graduação, sendo que todos se consideram autodidatas nessa área. A maioria afirma fazer a análise de necessidades, mas nem todos a fazem de acordo com o que estabelecem os autores citados por eles. Do mesmo modo, suas definições e concepções a respeito do que é IFE não estão totalmente de acordo com o que os autores citados por muitos deles e pela pesquisa ensinam. Os processos mais usados pelos professores são os materiais, seguidos dos relacionais e em terceiro lugar os mentais, significando que a maioria relatou mais suas ações com relação ao ensino de IFE, classificou ou definiu a abordagem, sua formação e suas experiências em ensinar em IFE do que demonstrou seus pensamentos e emoções a respeito destas.