URBANIDADE PARA QUEM E ATÉ ONDE VAI? A dimensão humana no plano diretor da cidade do Natal/RN
Cidade seletiva; Cidade para pessoas; Planos diretores; Direito à cidade; Jan Gehl;
O presente trabalho, cuja motivação foi a leitura do livro a cidade para as pessoas de jan Ghel, tem por objetivo analisar como e em que grau o Plano Diretor da cidade do Natal incorpora a dimensão humana na construção de uma “cidade para pessoas” ao mesmo tempo que contribui para a seletividade espacial. De acordo com o pensamento de Jan Ghel, “ A cidade para as pessoas” se configura como princípio que permitiria o resgate da escala humana e a renovação das formas de usos dos espaços urbanos. Já na nossa compreensão, a legislação urbanística, na figura do plano diretor por sua vez, torna-se chave de leitura do tempo presente por suscitar expectativas sobre a possibilidade transformadora do espaço ao amarrar artigos que priorizem a transformação da cidade real, ao mesmo tempo que em outros, impelem a cidade “problemática” como permanência, subtraindo o direito à cidade pelas pessoas que a consomem, principalmente os mais pobres. Embora motivadores, os projetos que viabilizem a presença de espaços cada vez mais humanitários, em países emergentes como o Brasil, perpassam a um nível sensível por trazer a real intenção da humanização dos espaços públicos ao se deparar com as contradições do capital e com os conflitos de interesses interpostos neste processo. No âmbito metodológico, emprega-se nesta pesquisa o método dialético contemplando a tridimensionalidade dos espaços: concebido, vivido e percebido permitindo a compreensão da análise dos processos espaciais nestes diferentes níveis. Logo, os procedimentos metodológicos adotados nesta pesquisa abarcarão dados primários e secundários, respectivamente resultados da análise do espaço urbano em áreas pré-definidas na cidade por meio de questionários-guia para tabulação destes dados e consulta a bibliografia pertinente somada a levantamento documental sobre o Plano Diretor da cidade do Natal.