DESVENDANDO O ESPAÇO URBANO: ESTUDO DE CASO SOBRE A EMERGÊNCIA DA FRAGMENTAÇÃO URBANA
A fragmentação urbana é um fenômeno recente que se propaga no mundo inteiro. Tem como um dos seus principais sintomas a criação de distâncias físicas e simbólicas. Especificamente, esse fenômeno muito se relaciona à crescente polarização entre o mundo público e privado, que culmina na quebra da conexão física e simbólica desses dois mundos. As cidades também apresentam velhos sintomas da autossegregação das camadas médias, muitas vezes associados aos chamados condomínios fechados. Esses espaços são oferecem fortificação e proteção dos “infortúnios” da cidade, bem como asseguram uma aparente qualidade de vida. O presente trabalho procura analisar, considerando a conexão entre o local e o global, como um condomínio fechado contribui para o fenômeno da fragmentação urbana, com base no estudo de caso do Condomínio Jardim Atlântico, localizado na zona de conurbação entre Natal/RN e Parnamirim/RN. Para considerar o global e o local, realiza a pesquisa aos moldes etnográficos, especificamente a observação direta associada à análise documental, e entrevistas qualitativas, associando sua totalidade à dinâmica da cidade. O estudo conclui que a dinâmica interna do condomínio junto à dinâmica da cidade exerce influência nas representações de seus moradores, o que acaba acentuado a distinção entre o mundo público e privado desses indivíduos. Para eles, a cidade é repleta de ilhotas organizadas de forma peculiar frente ao objeto público, as quais são transitáveis por meio de seus veículos. Esses deslocamentos, junto ao desejo de se chegar a uma ilhota, formam verdadeiros hiatos que exprimem a negação da cidade.