O COLEGIADO TERRITORIAL DO MATO GRANDE EM MOVIMENTO: representação política e sua influência na participação e debate sobre desenvolvimento territorial
Desenvolvimento Territorial; trajetórias políticas; participação; representação política.
A política de desenvolvimento rural no Brasil tem a abordagem territorial como estratégia e estabeleceu há alguns anos a criação de espaços para participação social diversificada, denominados Colegiados ou Fóruns Territoriais. Nesses espaços deveriam estar presentes representantes de diversos segmentos da sociedade que compõem a dinâmica política dos Territórios: organizações da sociedade civil (ONGs, Sindicatos, Associações, Cooperativas, Movimentos Sociais, etc.) e gestores públicos (secretárias municipais e estaduais, autarquias e órgãos federais como o MDA). Este trabalho tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre representantes políticos considerados centrais no debate e execução de ações com enfoque Territorial no Mato Grande/RN. Focalizamos as influências de suas atuações no campo de discussões conformado a partir do espaço institucionalizado de participação, o Colegiado Territorial, estabelecido sob a orientação dessa estratégia em 2005 enquanto instância de gestão e controle social das ações do Estado. Buscamos também compreender a partir das trajetórias desses representantes e mobilizando o conceito de campos (Bourdieu, 1989,2002) como dinamizam, influenciam na organização interna, de pautas e tomada de decisões nos espaços de representação (Colegiado e Núcleo Diretivo). Baseando-nos em observações participantes realizadas, como também em entrevistas semi-estruturadas com os agentes considerados centrais, podem-se vislumbrar elementos que aproximam essas trajetórias. Oriundos da Agricultura Familiar, os representantes centrais conseguem exercer o poder simbólico (Bourdieu, 1989) nesse campo de debates e interesses e possuem em suas trajetórias pontos comuns como o trânsito nos movimentos sociais e organizações de assistência técnica. Processos que se reproduzem em um contexto de negligencia das gestões municipais e Estadual com esse debate, fator que condicionaria a reprodução de um ambiente de baixa participação social em torno da promoção do desenvolvimento rural, logo das perspectivas trazidas pela abordagem territorial.