A TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO NAS FACÇÕES DE COSTURA DO SERIDÓ ORIENTAL POTIGUAR
Terceirização do Trabalho; Precarização do Trabalho; Facções de Costura; Seridó Potiguar.
Emergindo como um fenômeno relativamente novo no mundo do trabalho, a terceirização é mercada por dois contextos, flexibilização e precarização, que têm fundamental importância nas formas que o capital se apresenta como gestor e dominador da força de trabalho dos indivíduos, podendo ser consideradas novas estratégias de dominação do trabalho (Druck, 2008). Tanto a flexibilização quanto a precarização são inspiradas no modelo toyotista, ao darem primazia a força de trabalho e tendo por finalidade os ganhos na produtividade, por meio da redução com os custos de produção. Todas as estratégias citadas anteriormente compõem a chamada “acumulação flexível” (Harvey, 1992) caracterizada pela lógica financeira que está contida em um universo mais complexo, o da lógica produtiva do capital. No Nordeste brasileiro há um processo de substituição do sistema industrial perpassado do final do século XIX e início do século XX, a indústria açucareira que para Furtado (1958) foi “o negócio colonial agrícola mais rentável de todos os tempos” e até então responsável pelo dinamismo econômico na região começa a passar por sucessivas crises que vieram a ocasionar a deflagração do então modelo produtivo, que acaba sendo substituído pelo vetor da Revolução Industrial, a indústria têxtil que está em processo de expansão pelo mundo. Possuindo um histórico notório na exportação da produção algodoeira, impulsionada pelo declínio da cultura do algodão norte – americano, ocasionado pela Guerra da Secessão, o Nordeste se utiliza desta tradição de modo substancial para que anos mais tarde figurasse no cenário nacional com o advento da indústria têxtil. Portanto, não se remonta um fenômeno novo no que diz respeito ao ramo industrial, se salienta que há uma reinvenção no modo de produzir, o que antes era condicionado a produção primária do trabalho, hoje está sendo remontada de forma terceirizada. No caso do Rio Grande do Norte, estado com tradição na produção algodoeira, houveram a implantação e reimplantação de fábricas do ramo têxtil e de confecções no Seridó Potiguar. O Seridó do Rio Grande do Norte revela situações bastante curiosas na sua realidade, o que sugere certa singularidade local às atitudes e escolhas reveladas na gestão criativa de pequenos negócios, ou mesmo na solução de alguns problemas coletivos (BASTOS, 2009). A diferença que existirá no estudo que iremos desenvolver, que tangenciará da pesquisa histórica serão três fontes de evidências/métodos de pesquisa, neste caso: observação participante, questionários e uma série estabelecida de entrevistas em profundidade.