Desenvolvimento urbano-regional e cidades sustentáveis no contexto de regiões metropolitanas nordestinas
Cidades Sustentáveis. Regiões Metropolitanas. Desenvolvimento Urbano. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Racionalidade ambiental.
Ao longo da história urbana brasileira, construiu-se um território pautado em desigualdades sociais, disparidades regionais, degradação ambiental e conflitos políticos na administração pública. Esses problemas são oriundos da racionalidade capitalista, e se intensificam nas áreas metropolizadas devido à alta concentração de demandas por recursos, descarte, de serviços e pelo alto contingente populacional, à exemplo das regiões metropolitanas (RM) brasileiras. Com essa racionalidade replicada pelo mundo, os impactos socioambientais e as mudanças climáticas evidenciam os abusos das dinâmicas econômicas sobre os limites planetários, gerando um cenário mundial de graves problemas que põem em cheque a manutenção do atual modelo de desenvolvimento. Nesse sentido, as Nações Unidas (ONU) defendem o modelo de Cidades Sustentáveis, a partir do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 como solução para tornar as dinâmicas econômicas e urbanas mais sustentáveis, baseadas no contraditório discurso do desenvolvimento sustentável. Nesse cenário, considerando a adoção das propostas da ONU pelo governo brasileiro e o contexto das RM e do Nordeste, questiona-se: as regiões metropolitanas nordestinas tem condições de sanar suas questões socioambientais e urbano-regionais a partir da internalização estratégica do ODS11 Cidades Sustentáveis em suas dinâmicas?”. O objetivo é investigar as condições de internalização que o modelo de Cidades Sustentáveis da ONU pode ter nas dinâmicas metropolitanas para favorecer o desenvolvimento urbano e regional e sanar questões socioambientais. A metodologia, de natureza quantitativa, estabelece um estudo de caso comparativo entre as RM de Fortaleza, Natal, Recife e Salvador como campo empírico. A construção do Índice de Desenvolvimento Regional e Urbano para Cidades Sustentáveis (IDRUCS) como parte da metodologia, aplicado no campo empírico como ferramenta de análise e comparação entre as RM. A partir de seus resultados, apontam-se os desafios sobre as condições atuais serem sanadas para permitir uma implementação das propostas da ONU, contestando o desenvolvimento sustentável como soluções para as questões socioambientais pois mantém a racionalidade econômica do modelo atual, causa dos problemas socioambientais, e levantando a reflexão sobre uma proposta de Cidades Sustentáveis baseada na racionalidade ambiental como uma proposta alternativa ao modelo vigente.