RELAÇÕES DE PODER E JUVENTUDE RURAL EM BEBIDA VELHA/RN: DIÁLOGOS, DISCURSOS E PERCEPÇÕES
juventude rural, poder, dominação
Existem duas concepções simplistas no imaginário social quando tratamos do conceito de juventude. Um é a ideia do jovem enquanto individuo problemático ou causador da desordem social e outra é a do jovem estudante da classe média. Ambas as concepções tratam o jovem como um indivíduo que ainda não chegou a fase adulta, limitando assim, a capacidade analítica que carece a categoria. A juventude enquanto categoria ganhou espaço tanto na academia quanto na população em geral, nesta última, através da grande mídia. As pesquisas que estudam os jovens do campo estão bastante voltadas para temáticas como a inserção do jovem na produção agrícola ou o dilema entre o ficar e sair do meio rural. Este presente trabalho busca contribuir com os avanços analíticos em curso dos campos temáticos juventude rural e relações de poder, através de algumas reflexões teóricas e práticas. Discutiremos concepções e categorias teóricas já consolidadas que regem o debate desses campos, utilizando o sólido arcabouço teórico presente nas obras de Pierre Bourdieu, Max Weber e Michel Foucault. Para isso, utilizaremos como metodologia analítica o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), que consiste numa técnica com viés qualitativo idealizado por Fernando Lefevre e Ana Maria Lefevre que tem como objetivo construir um discurso coletivo com base em discursos individuais de uma mesma categoria ou grupo. Os discursos coletivos se relacionam com os valores, conhecimentos e práticas que direcionam comportamentos e relações sociais, que se expressam através de sentimentos, atitudes, palavras e expressões. Nesse sentido, busca-se compreender nesta pesquisa como as relações de poder e dominação simbólica estão presentes na vida dos jovens rurais de Bebida Velha/RN e como os espaços de socialização reproduzem tais relações.