Os Mestres da Lacônia: Identidades e Paisagem Religiosa na Esparta da Época Arcaica à Helenística (VIII-III a.C.).
Paisagem Religiosa, Identidade, Esparta e Lacônia.
Esta tese visa analisar a construção e manutenção de uma Paisagem Religiosa em Esparta, ocorrida entre os séculos VIII e III, por meio da espacialização dos ritos, rituais e cultos de um sistema religioso espartano. Tal operação procurava estabelecer coesão social através de uma Identidade Religiosa entre os habitantes da Lacônia. Para tanto, lançaremos mão tanto da observação dos registros literários disponíveis, assim como da análise dos artefatos da cultura material – desde pequenos objetos votivos aos conjuntos templários formados por ruínas de templos e santuários tanto em contextos urbanos como em contexto rural. Como hipótese norteadora, entendemos que a edificação e a reconstrução de templos e santuários - seus cultos, rituais e festividades próprias – viabilizaram a construção de uma Paisagem Religiosa, que permitia aos antigos espartanos e às populações a estes vinculadas a construção de uma identidade religiosa, por meio de fatores que fortaleciam laços e vínculos entre si, legitimando e, assim, auxiliando a manutenção do status quo espartano. O que gerava, em primeiro plano, unidade político-religiosa, estabilidade econômica e social, ao poderio espartano, os Mestres da Lacônia , assegurando assim certa coesão interna e, que por outro lado, tal equilíbrio permitia ao poderio espartano manter aspirações quanto ao seu papel de liderança no teatro dos conflitos e interações nas disputas entre as demais póleis da antiga Hélade.