Espelhos de si: Alteridades espaciais na literatura de José Lins do Rego (1932 – 1936)
José Lins do Rego, Alteridade, Construção Simbólica.
Analisamos, neste trabalho, a construção simbólica dos espaços. Partimos do pressuposto teórico que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em dados momentos e por determinados fatores. Nesse sentido, investigamos a produção simbólica do internato, da cidade e da usina a partir de algumas produções literárias do romancista e memorialista José Lins do Rego. Pretendemos problematizar a dimensão simbólica – significados, valores e imagens – mobilizados por esse literato para constituir estas espacialidades. Concedendo atenção às obras do chamado ‘’ciclo da cana de açúcar’’, questionamos sobre os sentidos e significados agenciados pelo discurso literário de José Lins para ficcionar o internato, a cidade e a usina, forjando essas espacialidades de determinadas formas. Situando-nos no campo da história cultural, trabalhamos com uma diversidade de fontes: romances, escritos memorialísticos, jornais e cartas trocadas. Nosso recorte temporal é baseado no escopo principal de fontes a serem analisadas. Ele começa em 1933 – data de publicação do primeiro romance Doidinho – e vai até 1936 – data de publicação do último, Usina. Em termos simbólicos, o que seriam as seguintes espacialidades: a escola, a cidade e a usina, espaços que são tão raramente problematizados entre os historiadores quando se trata de discutir a construção dos espaços na literatura José Lins do Rego? Este foi o questionamento estrutural que moveu a corrente pesquisa.