O MONUMENTO INVISÍVEL: O DISCURSO ANTICOMUNISTA E A CRIAÇÃO DO ESPAÇO DA MEMÓRIA
Anticomunismo; Espaços de memória; História Oral; Representação.
Esta dissertação tem como objetivo investigar a propagação do discurso anticomunista promovida pela imprensa, mais especificamente pelo jornal de orientação católica A Ordem, e a espacialização deste discurso com a criação de diversos lugares de evocação e representação da luta contra o comunismo. Analisamos publicações dos anos de 1935, 1940, 1945 e 1950. Nelas observamos a atuação do periódico em uma campanha de resgate dos acontecimentos referentes à chamada “Intentona Comunista de 1935”, no intuito de legitimar o “poder da direita”, a hostilidade aos “vermelhos”, fatos que criaram em suas páginas uma série de mitos e espaços de memória. Os jornais selecionados passaram pela análise do discurso, em perspectivas serial, quantitativa e qualitativa. Observando a ideia de representação espacial do anticomunismo, temos além dos espaços de que trata o jornal, a construção de um monumento celebrativo em memória aos que combateram os rebeldes de 1935, na Serra do Doutor/ RN. Estudando o mesmo, buscamos avaliar os interesses a que atenderam a sua instalação e a atual relação da comunidade local com o referido marco por meio de entrevistas proporcionadas pelo contato com a História Oral. Em nossas considerações, tomamos como base os conceitos de representação, de Roger Chartier, lugar antropológico, de Yi-Fu Tuan, e Não-lugar, de Marc Augé. Dialogamos, ainda, com diversos autores de livros e teses em uma abordagem que reúne elementos de História Cultural e Social a fim de encontrar explicações para os processos sócio-históricos que permeiam a articulação e a consolidação do anticomunismo, em perspectivas discursivas e espaciais no Rio Grande do Norte.