O TEMPLO DE HATSHEPSUT EM DEIR EL-BAHARI: ESPAÇO E MEMÓRIA NA XVIII DINASTIA (1473-1458 A.E.C.).
Egito Antigo; XVIII dinastia; Memória Cultural; Gênero; Hatshepsut; Deir el-Bahari.
Nesta pesquisa investigamos o templo da rainha-faraó Hatshepsut em Deir el-Bahari (1473-1458 A.E.C.). Analisamos a estrutura do templo pensando em sua monumentalidade dentro do seu espaço de construção, como ele foi responsável por manter a memória da rainha-faraó e influenciar na memória cultural da sociedade. Utilizamos como fonte os catálogos arqueológicos do arqueólogo Edouard Naville (1896) e (1898) que contém as pranchas com as iconografias do templo. Nessas pranchas são abordadas a coroação de Hatshepsut, seu nascimento divino e a viagem a terra de Punt. Utilizando como fundamentação teórica o conceito de memória cultural refletindo sobre a construção do templo como um elemento perpetuador dessa memória na sociedade egípcia, e o conceito de gênero para compreendermos a atuação de uma figura feminina como faraó. Como ferramentas metodológicas utilizamos a análise iconográfica da arte egípcia de Richard Wilkinson (2003) e identificamos como as iconografias do templo de Hatshepsut podem ser analisadas com base em tópicos que evidenciam a arte egípcia. Para isso, realizamos a confecção de corpus iconográfico e submetemos as imagens do templo à análise proposta com base nos conceitos de semiótica e hermenêutica de Valérie Angenot (2015) observando como os elementos visuais podem ser interpretados a partir das camadas de significado na composição da imagem. Dessa forma, desenvolvemos uma interpretação das iconografias a partir da análise de elementos da arte egípcia e da interpretação das imagens fundamentais para a composição do templo e sua influência social no Reino Novo.