Palavras Chave: Emergência indígena no Rio Grande do Norte; identidade e tradições dos Potiguara; territorialidades emergentes.
No início do século XXI, no Rio Grande do Norte, várias comunidades têm se autodeclarado indígenas e passaram a cobrar a garantia de seus direitos enquanto cidadãos perante o Estado brasileiro. Segundo os dados do IBGE/RN, o número de pessoas indígenas no estado totaliza 2.597. Entretanto, o estudo desse fenômeno (a emergência indígena), tem se limitado ao campo de análise dos antropólogos, permanecendo carente de análise do ponto de vista historiográfico. Podemos inferir que esta carência, até certo ponto, deve-se aos estudos desenvolvidos por intelectuais locais durante o século XX e os primeiros anos do século XXI. Analisamos algumas obras dedicadas à história do Rio Grande do Norte para buscar perceber como se construiu o que podemos chamar de “tese do ‘desaparecimento’ do índio” do estado. Assim, analisamos historicamente o processo de emergência, de construção das identidades e das tradições dos Potiguara do Catu (Goianinha/Canguaretama – RN). Por fim, examinamos a construção dos espaços por estes sujeitos (a partir de uma cartografia afetiva) levando em consideração um conjunto de possibilidades materiais, simbólicas e místicas que fazem parte desse processo de afirmação da identidade indígena.