"DO ASSU AO JAGUARIBE: CONQUISTA E POVOAMENTO DO SERTÃO DA CAPITANIA DO RIO GRANDE NO FINAL DO SÉCULO XVII E INÍCIO DO SÉCULO XVIII."
Capitanias do Norte; Rio Grande; centros e periferias; Guerra dos Bárbaros; alianças familiares.
Os incentivos ao povoamento de regiões mais a Oeste das capitanias do Norte, por meio da doação de terras, levaram muitos conquistadores a povoarem as ribeiras de rios e montarem fazendas de gado no sertão destas capitanias. O avanço da fronteira para o sertão teve como consequência o surgimento de conflitos entre indígenas, lutando pela permanência em seu território, e luso-brasileiros, conquistando aquele espaço e transformando-o de acordo com suas demandas. Dentre estas transformações está o surgimento de povoados, arraiais e vilas no sertão. Neste movimento de conquista do sertão, o conflito foi crescendo e tornou-se, o que se convencional chamar de Guerra dos Bárbaros, mais especificamente Guerra do Assu na capitania do Rio Grande entre os anos 1687 e 1720. Ocupar as terras próximas ao conflito, como a ribeira do Mossoró, foi a ação incentivada pelo rei e efetivada por conquistadores para manter este território na posse da Coroa portuguesa. A conquista do sertão da capitania do Rio Grande, no final do século VII e início do século XVIII, era importante para a consolidação da colonização; conter o avanço indígena para as outras regiões da capitania; e controlar essas populações, que há anos haviam se levantado contra a conquista portuguesa de seus territórios. Esta pesquisa tem como objetivo analisar as relações de centro e periferia, seguindo as ideias de Russel-Wood, existentes nas capitanias do Norte do Estado do Brasil neste momento de conflito, percebendo como a partir de centros difusores de práticas econômicas, políticas e militares foram criadas e enviadas frentes de conquistas para o sertão das capitanias da Paraíba, Rio Grande e Sairá grande, no intuito de consolidar a conquista do sertão. É também objetivo deste estudo analisar a formação de alianças entre famílias de conquistadores, de determinado status, no momento em que passam a consolidar a conquista de terras no sertão desta capitania, mas precisamente na ribeira do Mossoró, no final do século XVII e início do século XVIII.