POR UMA POLÍTICA DAS IMAGENS EM GEORGES DIDI-HUBERMAN
Constelação; heurística; saber; política das imagens; restituição.
Este estudo consistiu no esforço de pensar uma política das imagens a partir de Georges DidiHuberman, o que demandou, em alguma medida, montar três planos de composição: um no campo do saber, encontrando na heurística o eixo capaz de articular um saber em relação com o páthos. Para tanto, recorremos a um paradigma estético de pensamento retirado da filosofia de Walter Benjamin, nomeado constelação. A constelação da heurística, então, possibilitounos compor esse tipo de saber conjugado com as emoções; um no campo da política, a qual, ao invés de diferenciar público e privado, ato e potência, práxis e poiesis, inscreve-se em outra esfera, a dos gestos, permitindo-nos encontrar com uma política da exposição, na qual se expõe o que está em vias de se perder, o que está desaparecendo. Aí, paradoxalmente, vemo-nos diante do ser em comum, que aparece quando exposto e quando comparecemos, demandando de nós, pois, outras modalidades de relação: a imaginação, a tomada de posição e a empatia, e; por fim, um no campo da imagem, a qual, ao contrário de ser um depósito das ilusões humanas, torna-se lugar de retirada de saberes: sobre os nossos sofrimentos, sobre o que não somos, sobre os passados que não foram, sobre o que ainda não somos capazes de saber, sobre o próprio não-saber, sobre a cólera e sobre nossas potências. Tudo isso significou pensar e assinalar os deslocamentos das imagens no corpo dessa teoria outra, dessa política das imagens, que tem como função restituir as imagens ao livre uso comum dos homens, para dar a conhecer. Talvez, seja essa sua principal atribuição: dar a conhecer para que o resto seja possível.