COMPARAÇÃO POR CITOMETRIA DE FLUXO DA RESPOSTA IMUNE ENTRE GESTANTES E PUÉRPERAS INFECTADAS OU NÃO PELO SARS-COV-2: UM ESTUDO TRANSVERSAL.
Subpopulações de linfócitos, covid-19, gravidez, período pós-parto, saúde neonatal.
A resposta imunológica à infecção pelo SARS-CoV-2 na gravidez
ainda não foi bem caracterizada, bem como possíveis impactos na saúde fetal
e neonatal. Neste estudo preliminar, os níveis periféricos de linfócitos T totais,
linfócitos T CD4+, linfócitos T CD8+, linfócitos B e células natural killer, de
gestantes e puérperas com PCR positivo e negativo para SARS-CoV-2, foram
comparados a fim de identificar alterações que possam comprometer a saúde
fetal e neonatal. Foram analisadas amostras de sangue periférico, de
gestantes e puérperas que realizaram PCR para diagnóstico da COVID-19,
durante os meses de maio de 2021 e março de 2022, através da técnica de
citometria de fluxo utilizando o analisador de fluorescência celular ativado
(FACScan) e o software Cell Quest. A amostra foi composta por 50 mulheres,
das quais 32 (64%) tiveram o diagnóstico de COVID-19 confirmado. Os
resultados preliminares demonstraram que grávidas e puérperas com COVID-
19 tinham níveis elevados de células T citotóxicas (CD3+/8+), ao contrário do
observado nas células NK (CD16-56+) e linfócitos B (CD19+) que
apresentaram baixas contagens no grupo com menos de 30 dias de doença.
Adicionalmente, também foi observado contagens acentuadas de células T
totais nas mulheres vacinadas. Os baixos níveis de células B em pacientes em
fase aguda da infecção poderá refletir na menor transferência transplacentária
de anticorpos da classe IgG para o feto. A continuação do estudo pode
elucidar a respeito das alterações provocadas pela COVID-19 durante a
gestação em células do sistema imune e complicações fetais e neonatais.