Circuito espacial produtivo; Círculos de cooperação; Neoextrativismo; Seridó Oriental Paraibano; Mineração.

O neoextrativismo é um modelo de desenvolvimento econômico que prioriza a produção às custas de espaços primário produtores, submetendo-os a uma formação do espaço regional caracterizada por um circuito produtivo pouco diversificado e voltado para atender às demandas externas. Esse processo mineral está historicamente vinculado ao Seridó Oriental Paraibano. Dessa forma, a criação das redes de circulação que conecta a região aos mercados consumidores resulta em corredores de exportação. Consequentemente, ocorre uma expropriação econômica do território pelas mineradoras, resultando em uma economia de enclave que gera baixo retorno financeiro, impactos ambientais e conflitos territoriais, principalmente em municípios mineradores como o caso de Frei Martinho-PB. Diante disso, a pesquisa pretende investigar os circuitos espaciais produtivos da mineração no Seridó Oriental Paraibano, analisando as suas repercussões territoriais na formação de uma economia de enclave. Para isso, foram desenvolvidos procedimentos metodológicos que serviram como ferramentas para analisar a realidade do estudo em questão, incluindo pesquisa bibliográfica com base nos principais autores-chave; utilização de recursos como plataformas online de dados e portais econômicos. Concomitante, será realizada a coleta de dados quantitativos, visando principalmente as informações socioeconômicas através do levantamento de dados secundários no IBGE e na RAIS que serão discutidas por meio de tabelas e gráficos. Também será realizada uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturada, questionários e grupo focal no município de Frei Martinho–PB. Nesse contexto, ao se compreender o papel da mineração, principalmente nas áreas onde o seu modelo predatório é predominante, permite evidenciar as desigualdades e os efeitos adversos que o setor mineral acarreta nos municípios do interior paraibano. A análise desses impactos é fundamental para expor as contradições territoriais e contribuir para uma  consciência de classe para que se busque a reivindicação de políticas públicas e fiscalizações mais eficazes com o intuito de alinhar a atividade mineradora aos interesses das comunidades locais.