Formulação de misturas secas para a cimentação de poços offshore
cimentação, offshore, grautes, microssílica, rejeito.
A cimentação de poços de petróleo envolve o bombeio de pastas de cimento, semelhante ao bombeio de concretos realizado nas obras de construção civil, contudo sem a presença de agregados (brita e areia grossa) que impedem o bombeio do cimento. No caso de poços offshore, a preparação das pastas de cimento, que envolve a mistura de todos os seus componentes sólidos e a preparação da água de mistura, é feita na própria plataforma. O objetivo desse trabalho é fazer um estudo para a formulação de grautes (misturas secas prontas) para serem utilizados em cimentação de poços offshore, evitando assim, que essas misturas sejam realizadas em plataformas marítimas. A formulação dos grautes foi realizada através da adequação de normas do American Petroleum Institute para cimentos de stinados à cimentação de poços de petróleo. Foi realizada uma escolha de materiais alternativos finos, em substituição aos agregados utilizados na construção civil. Para a escolha dos materiais de partida, primeiramente foi realizado um estudo da atividade pozolânica de materiais como rejeito cerâmico de porcelanato, microssílica e diatomita, através de difratometria de raios X e resistência à compressão. Verificou-se que as misturas com adição de rejeito cerâmico de porcelanato e com microssílica apresentaram maiores resistências nas primeiras idades. Com isso, foi desenvolvido um estudo da resistência mecânica de pastas alternativas (misturas secas) com massa específica 1,74 g/cm3 (14,5 lb/gal), curadas, inicialmente, a 27ºC, composta por cimento, rejeito cerâmico de porcelanato e microssílica, aditivadas com anti-espumante. Os resultados revelaram que a mistura com 7% de rejeito cerâmico de porcelanato e 7% de microssílica foi a que apresentou a maior resistência mecânica em ensaio realizado com 24 horas de cura. Escolhida a mistura a ser estudada, a mesma foi adaptada às condições de poço offshore, cujos ensaios foram realizados a 4ºC. A mistura composta por cimento, 7% de rejeito cerâmico de porcelanato e 7% de microssílica foi aditivada com acelerador de pega (CaCl2), anti-espumante e dispersante. Os ensaios revelaram que essa mistura mostrou-se satisfatória quanto à resistência a compressão com 24 horas, reologia, tempo de pega e volume de água livre.