Pirólise de Borras Oleosas de Petróleo Utilizando Nanomateriais
Borra Oleosa de Petróleo, Catalisadores, Energia
Nos últimos anos a indústria tem se esforçado para tratar resíduos que podem ser
transformados em energia e reaproveitados. Nas atividades de exploração e produção de
petróleo e gás, é gerada uma grande variedade de resíduos sólidos e de outra natureza.
As borras oleosas de petróleo de maneira geral se formam durante as operações de
produção, transporte, estocagem e refino do petróleo. A borra oleosa de petróleo é uma
mistura complexa de hidrocarbonetos, impurezas orgânicas, inorgânicas e água. Essa
pode ser considerada um resíduo sólido na indústria de petróleo e gás de maior
significância. Um dos grandes problemas encontrado atualmente na indústria de
petróleo é o gerenciamento (acondicionamento, armazenamento, transporte e destino)
de resíduos. Os catalisadores mesoporosos e microporosos são considerados
promissores em processos de refino de petróleo e como adsorventes para proteção
ambiental para alguns resíduos. O objetivo desse trabalho é analisar e obter dados da
degradação da borra oleosa de petróleo pura e tratada, bem como analisar o potencial
energético desse resíduo. As amostras de borras foram analisadas através do sistema de
extração soxhlet, análise da sua composição química (análise elementar), caracterizadas
através de cromatografia em camada fina, pirolisador acoplado a um equipamento de
cromatografia gasosa e degradadação térmica na ausência de oxigênio através de análise
termogravimétrica na presença de catalisadores. Neste trabalho foram caracterizados os
catalisadores AlMCM-41 e AlSBA-15 com uma razão de sílica/alumínio de 50% (Si/Al
= 50), A fonte de alumínio utilizada foi a pseudobuhemita (AlOOH). A AlOOH foi
utilizada com o objetivo de produzir os catalisadores com uma razão de Sílica e Alumínio indicada no objetivo. Para efeito de comparação foi utilizado também o catalisador AlMCM-41 pelo método hidrotérmico. Os catalisadores foram caracterizados por difração de raios-X (DRX) e o resíduo foi analisado por análise térmicas diferencial (DTA)/termogravimétrica (TG). As análises indicaram que os materiais apresentaram estrutura hexagonal, área específica (783,6 m2/g para o
AlMCM-41 e 600 m2/g para o AlSBA-15) e estreita distribuição de tamanho de poros.
Os resultados apresentados para borras oleosas de petróleo no sistema de extração
forram maior que 60% de componentes orgânicos e menores que 40% de componentes
inorgânicos para os tipos de borra analisados. Os componentes inorgânicos foram
analisados e foi observado presença de metais pesados nos mesmos. Os catalisadores
tipo AlSBA-15 apresentaram um melhor desempenho nas análises realizadas para
degradação térmica da borra. Isso pode ser atribuído às características mesoporosas e
microporosos, foi observado uma maior eficiência nos processos de degradação de borra
de petróleo tratados. As análises termogravimétricas apresentaram na região de
craqueamento e uma reformulação de eventos após a adição dos catalisadores foi
observada. Isso pode ser atribuído a quebra de moléculas, indicando que esse resíduo
poderá ser de alto valor agregado.