PRÁTICAS DE GESTÃO DA DIVERSIDADE, COM ÊNFASE NA IDENTIDADE DE GÊNERO, EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
Gestão. Diversidade. Trabalho. Travesti. Transexual.
A diversidade oportuniza criatividade e inovação nas organizações. Todavia, estudos sobre as dinâmicas de gênero nas organizações focam, em sua maioria, a relação entre homens e mulheres, existindo lacunas relativas às pessoas transexuais e travestis. Assim, conduziu-se estudo metodológico para construir e validar um questionário para avaliar as práticas da gestão da diversidade em organizações de saúde com enfoque na identidade de gênero da população de transexuais e travestis. Para tanto, a pesquisa metodológica estruturou-se em duas fases: construção do questionário subsidiada por revisão integrativa de literatura (bases LILACS, SCIELO e periódicos CAPES) e validação do questionário por amostra de especialistas (n=3). A revisão identificou variáveis que o questionário deveria dispor para avaliar as práticas de gestão da diversidade voltadas à população trans e travesti. Assim, as informações extraídas dos 13 artigos evidenciaram: uso de nome social/mudança de registro civil em processos seletivos, baixa escolaridade, uso de banheiros, vestiários e fardamentos, preconceito e despreparo das organizações para lidar com a transexualidade. Então, estruturou-se questionário com 34 itens e 7 subitens, totalizando 41 tópicos avaliados segundo validade e importância pelos especialistas mediante escala do tipo Likert em dois momentos (t1: pós revisão e t2: pós 1ª avaliação). Em t1, foram indicadas modificações em 13 tópicos (adequação de termos e redação). Assim, aplicadas as sugestões, procedeu-se a avaliação t2, onde 39 tópicos (32 itens e 7 subitens) foram julgados importantes e válidos por 100% dos avaliadores, viabilizando um questionário com três blocos de perguntas. O questionário produzido poderá ser aplicado em contextos locais diversos para avaliar a inclusão social e educação de pessoal voltadas à população trans e travesti no ambiente organizacional dos serviços e sistemas de saúde. Investigar os marcadores sociais da diferença é importante não só para a população trans e travesti, mas para todos que estão à margem dos direitos básicos de nascer, viver, trabalhar e morrer de forma digna e satisfatória, para que políticas públicas efetivas sejam desenvolvidas.