COMPARAÇÃO DE DUAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS PARA RECOBRIMENTO RADICULAR DE RECESSÕES GENGIVAIS UNITÁRIAS
Recessão gengival. Raiz dentária. Enxerto de conjuntivo. Retalhos cirúrgicos. Ensaio clínico.
As crescentes demandas dos pacientes ao tratamento das recessões gengivais trazem à tona questões terapêuticas clinicamente significativas, exigindo dos profissionais constante aperfeiçoamento em técnicas cirúrgicas cada vez menos invasivas e mais previsíveis. OBJETIVO: Comparar duas técnicas para recobrimento radicular em recessões gengivais unitárias, unilaterais, do tipo 1. METODOLOGIA: Este estudo clínico, paralelo, randomizado e duplo cego avaliou indivíduos com recessões gengivais unitárias, unilaterais, do tipo 1 (RT1), submetidos à cirurgia para recobrimento radicular, através da associação do enxerto de tecido conjuntivo subepitelial ao retalho posicionado coronalmente (grupo controle) e técnica de túnel (grupo teste). Os principais parâmetros avaliados foram profundidade de sondagem (PS), sangramento à sondagem (SS), nível clínico de inserção (NCI), recessão gengival (RG), faixa e espessura da mucosa ceratinizada (MC e EG), percentual de recobrimento radicular (RR) e fenótipo gengival (FG), além de fatores centrados no paciente (FCP), como dor pós-operatória, hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC), estética, grau de satisfação e a qualidade de vida, intra e intergrupo, ao longo de 06 meses de acompanhamento. Os dados foram analisados estatisticamente através dos testes t emparelhado de Student, teste t para amostras independentes, Qui-quadrado, McNemar, Análise de Variância Split-Plot com pós-teste t de Student (α = 5%). RESULTADOS: 46 indivíduos finalizaram este estudo (controle: 23; teste: 23). O tempo de cirurgia foi maior para o grupo teste (controle: 40min ± 5,6; teste: 51min ± 5,9; p = 0,041). Foram observadas reduções estatisticamente significativas para a RG e ganho significativo do NCI, de MC e de EG na análise intragrupo, em ambos os grupos de tratamento, porém, sem diferenças entre as técnicas. O RR aumentou significativamente nos períodos avaliados, mas não foram observadas diferenças intergrupo (controle: 89,2%; teste: 86,5%; p = 0,069). A análise intragrupo revelou mudança de FG (controle: 95,65%; teste: 91,3%; p < 0,001). Ambos os protocolos de tratamento reduziram dor pós-operatória e HSDC, e proporcionaram melhora na estética, satisfação e na qualidade de vida (p < 0,001), sem diferenças entre as técnicas ao longo do tempo. CONCLUSÃO: Ambos os tratamentos apresentaram eficácia clínica semelhantes em termos de recobrimento radicular e melhora dos FCP.