ESTUDO DA OCORRÊNCIA DA DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM PACIENTES COM DESORDENS ORAIS POTENCIALMENTE MALIGNAS E CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAL
Diabetes Mellitus Tipo 2; Desordens orais potencialmente malignas; Carcinoma de células escamosas oral.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma endemia global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e apresenta taxas crescentes de incidência, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Aproximadamente 90% dos casos de DM é do tipo 2 (DM2), o qual caracteriza-se por resistência à insulina, sedentarismo e obesidade. Apesar de alguns estudos relatarem que pacientes com DM2 apresentam um maior risco de desenvolvimento de neoplasias malignas, poucos buscaram, até o momento, uma associação entre desordens orais potencialmente malignas (DOPM), carcinoma de células escamosas oral (CCEO), e DM2. O CCEO é a neoplasia maligna mais comum na boca e apresenta elevada prevalência na população brasileira, sobretudo em homens acima dos 40 anos de idade. É importante ressaltar que CCEO pode ser precedido pelo desenvolvimento de lesões, denominadas DOPM. Este estudo configura-se como uma pesquisa observacional transversal retrospectiva, com foco na análise e registro das características clínicas dos pacientes, obtidas nos seus prontuários, além dos exames complementares realizados para a avaliação do índice glicêmico. O objetivo principal é investigar a ocorrência de DM2 e sua a associação em pacientes diagnosticados com DOPM e CCEO. A análise estatística incluiu procedimentos descritivos e o teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 5%. A amostra incluiu 197 pacientes, com predomínio do sexo feminino (53,6%) e média de idade de 61,6 anos. As DOPM corresponderam a 62,4% dos casos e o CCEO a 37,6%, sendo a língua, o rebordo alveolar e a mucosa jugal os sítios mais acometidos. A frequência de DM2 foi de 18,0%, e não houve associação estatisticamente significativa entre a presença de DM2 e o tipo de lesão (p = 0,803). Os resultados sugerem que, nesta amostra, o DM2 não apresentou associação direta com a presença de CCEO ou DOPM, mas reforçam a relevância da avaliação sistêmica integrada na triagem e acompanhamento desses pacientes.