Detecção de metamidofós em solos por métodos ecotoxicológico e cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas sequencial (LC-MS/MS)
metamidofós, adsorção, solo, Ceriodaphnia dubia, LC-MS/MS
A contaminação de solos por agrotóxicos é um problema ambiental que precisa ser monitorado e evitado. Porém, a falta de métodos de análise rápidos, precisos e de baixo custo, para resíduos de agrotóxicos em matrizes complexas, como o solo, é um problema ainda sem solução e precisa ser resolvido para que se possa avaliar a qualidade de amostras ambientais.
O uso intensivo de agrotóxicos tem aumentado desde a década de 60, causa a dependência do seu uso, provocando desequilíbrios biológicos e favorecendo a resistência e a reincidência de altas populações das pragas e patógenos (ressurgência), o que contribui com o aparecimento de novas pragas que anteriormente estavam sob o controle natural.
O desenvolvimento de métodos analíticos que atendam a resolução de quantificar resíduos de pesticidas em matrizes complexas ambientais continua sendo um desafio para vários laboratórios. A integração de dois métodos analíticos, um ecotoxicológico e outro químico, demonstra potencial para a análise ambiental do metamidofós.
O objetivo deste trabalho foi avaliar um método ecotoxicológico como “screening” analítico do metamidofós em solos e realizar a confirmação analítica das concentrações do analito nas amostras pelo método químico LC-MS/MS.
Neste trabalho foram testados dois solos: um argiloso e outro arenoso, ambos seguiram o modelo cinético de pseudo-segunda ordem para a adsorção do metamidofós. O solo argiloso apresentou maior adsorção de metamidofós e seguiu o modelo de Freundlich, enquanto o arenoso, o modelo de Langmuir.
O método químico LC-MS/MS validado foi satisfatório, apresentando todos os parâmetros de linearidade, intervalo, precisão, exatidão e sensibilidade e adequados. Nos ensaios ecotoxicológicos crônicos com Ceriodapnhia dubia, as CENO foram 4,93 e 3,24 ng L-1 para os elutriatos dos solos arenoso e argiloso, respectivamente.
O método ecotoxicológico apresentou-se mais sensível que o LC-MS/MS na detecção do metamidofós, nos solos argiloso e arenoso. No entanto, diminuindo-se a concentração do padrão analítico do metamidofós e ajustando-se as condições de validação química, adquire-se um limite de quantificação (LOQ) em ng L-1, compatível com o estabelecido no ensaio ecotoxicológico.
Os métodos descritos devem ser utilizados como ferramenta analítica do metamidofós em solos, sendo que a análise ecotoxicológica poderá ser utilizada como um “screening” e o LC-MS/MS, como análise confirmatória da molécula do analito, confirmando os objetivos desse trabalho.