Adsorção de tensoativos em rochas reservatórios via solução micelar: avaliação do planejamento experimental e efetivação dos parâmetros
Tensoativos; Arenito; Calcário; Adsorção; Isotermas de equilíbrio
A adsorção de tensoativos em superfícies rochosas pode modificar sua hidrofobicidade, a sua carga superficial e outras propriedades importantes que governam os processos de recuperação avançada de óleo (EOR), como diminuição da tensão interfacial água-óleo e aumento da permeabilidade. Em geral, a necessidade de controlar e/ou reduzir a adsorção de tensoativos nas superfícies de rochas reservatórios tem sido uma tarefa difícil nos métodos de EOR, pois impacta diretamente na economia do projeto. Isto requer um estudo e uma visão abrangente do mecanismo de adsorção nas rochas. As principais funções deste método são reduzir a tensão interfacial água/óleo e alterar a molhabilidade da rocha reservatório, que na maioria das vezes é molhável a óleo, tornando-a molhável à água. Esta propriedade dos tensoativos é devida à sua natureza anfifílica. Neste trabalho foi estudado o comportamento de adsorção via soluções micelares de tensoativos iônicos (OCS, OCBS, OMS e SDS) e não iônicos (NP 9.5EO, NP 11EO e NP 15EO) em rochas carbonáticas e areníticas. O método do banho finito foi realizado para avaliar a adsorção em todos os sistemas. Para os tensoativos aniônicos foi aplicado um planejamento experimental fatorial para otimizar o processo de adsorção. Verificou-se que a adsorção do OCS, OCBS e OMS foram eficazes em calcário e insignificante em arenito, enquanto o SDS apresentou baixa eficiência de adsorção em ambas as rochas A eficiência de adsorção em calcário foi de 85,74%, 82,52% e 45,30% para o OCS, OCBS e OMS, respectivamente. Os dados das isotermas foram bem descritos pelo modelo de isoterma de Sips para os tensoativos: OCS, OCBS e OMS. Os resultados indicaram que a adsorção se adequou bem ao modelo cinético de pseudossegunda ordem. O modelo de Langmuir simulou as isotermas de adsorção do OCS melhor que o modelo de Freundlich em três temperaturas diferentes de 298, 313 e 333K. Os parâmetros termodinâmicos (ΔH, ΔS e ΔG) indicaram que o processo de adsorção do OCS foi espontâneo e endotérmico. Os experimentos envolvendo os tensoativos não iônicos foram realizados de acordo com a rede de Scheffé e mostraram uma eficiência de adsorção de 66,89% para o NP-15EO, 67,15% para o NP-11EO e 70,60% para o NP-9.5EO. O ponto F foi escolhido como o ponto ideal uma vez que este ponto permaneceu constante durante os experimentos, além de ser uma região rica em água e apresentar baixo teor de butanol. O arenito apresentou molhabilidade favorável ao óleo, que após o tratamento ocorreu a inversão da molhabilidade. Dentre os modelos estudados o modelo de isoterma de Redlich-Peterson foi o que melhor se ajustou, indicando assim que o processo de adsorção ocorre em monocamadas e multicamadas. Os adsorventes foram caracterizados por Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Análise Térmica (TG/DTG), Difração de Raios-X (DRX), Fluorescência de raios-X (FRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Análises Granulométrica e de Potencial Zeta.